Amizade e santidade – Os sete fundadores

Sete Santos Fundadores dos Servitas – 17 de fevereiro
A amizade é um dom de Deus. Este dom é ainda maior quando possibilita aos amigos o contato mais íntimo com Deus a exemplo dos fundadores dos Servos de Maria. Juntos, eles dedicaram suas vidas no serviço aos mais pobres, iluminados por nossa Mãe Maria. Continue reading

Porque devoção a Nossa Senhora ?

O conhecimento de Maria no seio da Santa Igreja, a Mariologia, foi se desenvolvendo ao longo dos séculos, desde os Santos Padres, passando por São Bernardo, São Domingos de Gusmão, São João Eudes, Santo Afonso de Ligório e muitos doutores e teólogos, sempre revelando as mais esplendorosas maravilhas sobre a Santíssima Virgem.

Entretanto, parece que a graça de explicar com maior amplitude e profundidade, as excelências da “ Mãe Escondida”, como foi chamada Nossa Senhora,  estava reservada a São Luís Grignion de Montfort. De todas as suas obras, a que mais se destaca é o Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem.

Nossa Senhora de Fátima

Esta obra foi recomendada por diversos Papas, e conta com a aprovação e o apoio do Magistério da Igreja. O Bem Aventurado Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Pio XII, são alguns dos Sumos Pontífices que deram aprovação expressa à doutrina deste grande santo.

A respeito da excelência da espiritualidade de São Luís Grignion, o Beato João Paulo II, em diversas ocasiões, teve a oportunidade de afirmar a sua atualidade.

Quando da Beatificação de Jacinta e Francisco, em 13-5-2000, o Papa dirigiu-se às crianças exortando-as com essas palavras de São Luís de Montfort: Digo-vos que “ se avança mais em pouco tempo de submissão e dependência de Maria, que durante anos inteiros de iniciativas pessoais apoiados apenas em si mesmos”.

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Da gruta à catedral medieval

Interior da Gruta Rei do Mato

Num passeio a Sete Lagoas – MG, com jovens aspirantes dos Arautos, nestas férias de janeiro, tivemos a oportunidade de penetrar, e de viver um pouco dentro do silêncio ora majestoso, ora recolhido e profundo da gruta Rei do Mato.

Esta gruta com seus enormes salões, adornados com magníficas estalactites e estalagmites brilhantes, foi objeto do encanto de todos os jovens que por ali passaram. À medida  que íamos adentrando, percebemos que o brilho das estalactites variava de acordo com a intensidade da luz, que incidia sobre elas e às vezes, cintilavam como se estivessem recebendo a luz do sol, outras vezes, devido ao bruxulear da luz, ficavam com tonalidades mais amenas e partes da gruta eram envolvidas por uma misteriosa penumbra.

Frente da Gruta Rei do Mato

 

Contemplando aqueles diversos aspectos de uma mesma gruta, me veio a mente os diferentes tipos de grutas existentes pelo mundo; as grutas iluminadas e as não iluminadas, as já conhecidas pelo homem, e aquelas reservadas até o momento apenas ao conhecimento de Deus e de seus anjos. Quantas maravilhas ainda não reveladas aos homens, escondidas pela natureza, reservadas por desígnio da Divina Providência para o futuro.

Mosteiro de Subiaco

 

Só de pensar que foi numa abençoada gruta em Subiaco, que São Bento inspirado e ao mesmo tempo tomado pelo Espírito Santo, abandonou o convívio dos homens para viver a sós com Deus, e ali numa gruta silenciosa e austera, ora na penumbra de uma provação ou nas grandes consolações do convívio divino, concebeu, idealizou e fez nascer um novo estilo de vida religiosa, os beneditinos. Da gruta onde vivera São Bento nasceu Subiaco, primeiro mosteiro da ordem. Subiaco irradiou a luz da vida  religiosa por toda a Europa, e em pouco tempo o continente estava pervadido de mosteiros beneditinos.

A santidade dos monges e a beleza da vida contemplativa atraíam as pessoas, que construíam suas moradias em volta dos mosteiros, surgindo assim os vilarejos, as vilas e os grandes burgos. Dessa união da vida monástica com a vida civil, e do amor do medieval pelo belo, nascia a catedral medieval, obra prima da civilização cristã. Assim o raio de luz que brilhou na gruta de Subiaco é o mesmo que iluminou e ilumina até hoje a torre da Catedral.

Quantas reflexões pudemos fazer, numa bela gruta do interior de Minas Gerais, imaginando a ação de Deus durante a história, a partir de um monge santo e uma simples gruta.

 

Catedral de Notre Dame

Catedral de Colônia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Luis Bernardo

Encontro internacional dos Arautos

A vida religiosa e os conselhos evangélicos

Já neste início de ano  que a Igreja dedica especial atenção aos jovens, em que dioceses do mundo inteiro organizam-se para juntas participarem da Jornada Mundial da Juventude, JMJ, os Arautos reuniram jovens de países da America do Sul para um Congresso com o tema: “A vida religiosa e os conselhos evangélicos”, visando assim o crescimento espiritual e intelectual dos mesmos.

Jantar de despedida no congresso

Foi assim apresentada a beleza, dignidade e nobreza que é ser chamado a se tornar um religioso.  Quando um jovem, estando na Judeia, aproximou-se de Jesus e Lhe perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?” Ele respondeu: “Observa os mandamentos”. Disse-Lhe o jovem: “Já os tenho observado desde a minha infância. Que me falta ainda?” Jesus fixou nele o olhar com grande amor e acrescentou: “Se queres ser perfeito, vai vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás  um tesouro no céu. Depois vem e segue-Me!” O jovem foi-se cheio de tristeza, pois era muito rico e não queria acatar as palavras do Divino Mestre (Cf. MC 10,17,20; Mt 19,18.21).

Anjos antes da prova

Todos os homens são chamados a praticar os mandamentos deixados por Deus, porém, a alguns ele chama para uma via de perfeição, assim como o fez ao moço rico acima mencionado. Após o pecado original todos temos três movimentos desordenados contra os quais devemos estar vigilantes: “a concupscência da carne, a concupscência dos olhos e a soberba da vida” (1 Jo 2,16).

Por isso, temos os conselhos evangélicos àqueles que são chamados a esta via de perfeição: a pobreza, a castidade e a obediência.  Ao renunciarem a seus bens, entregam a Deus o objeto de ambição que tantas vezes os ohos cobiçam; praticando com radicalidade a virtude da pureza, consagram-Lhe seus corpos;  e acatando com alegria as determinações de seus superiores, submetem-lhe a soberba da vida.

São Martinho de Tours

Como os exemplos arrastam, nada melhor que apreciarmos a vida dos santos, que viveram esses conselhos de maneira heróica. São Martinho de Tours, deu-nos magnífico exemplo de desprendimento, quando vendo um pobre homem clamando por socorro pela necessidade de um agasalho para se proteger do frio e ninguém se compadecer, rasgando sua capa de oficial ao meio e a dando ao pobre homem. Podemos nos perguntar: mas ele não deu tudo? Na verdade sim, pois um oficial ao entrar nas legiões romanas pagava apenas metade das despesas indumentárias, o restante era o governo. Portanto aquilo que cabia a ele, foi dado.

São Francisco de Assis, que dizia ter contraído núpcias com a dama Pobreza, foi despojado dos seus bens e até das  vestimentas pelo seu próprio pai em praça pública.

São Francisco de Assis

Maria servia ao Senhor no Templo, mas quando completara a idade em que normalmente as jovens eram encaminhadas ao matrimônio, por volta dos 14 e 15 anos, Simeão, que era o sumo sacerdote, reuniu os descendentes diretos do rei Davi para pedir a Deus que lhe manifestasse quem era digno de desposar tão virtuosa donzela.

São José

 

São José nem sequer comparecera, pois havia feito voto de virgindade desde jovem, e tinha certeza que ele nunca seria escolhido. Porém Simeão fez questão que todos ali estivessem, cada um portando um cajado à mão. José buscou então o mais seco que pudera encontrar. Então como sinal claríssimo, eis que do bastão seco dele florescem lírios, e é ele então o varão escolhido para esposo da Virgem Maria.

 

Batalha angélica

 

Como modelo de obediência temos São Miguel que, com o brado de fidelidade a Deus “Quem como Deus!” congregou junto de si os espíritos celestiais fiéis a Deus após a prova à qual foram submetidos, e expulsou Lúcifer e os espíritos orgulhosos que se revoltaram face à  vontade divina.

 

Santo da semana- Santa Veridiana – 01 de fevereiro

Nasceu em 1182, em Florença , Itália. Pertencente a uma família nobre e rica, os Attavanti, Veridiana muito caridosa com os necessitados, levou uma vida santa, que ficou conhecida muito além das fronteiras de sua terra; e que lhe valeu inclusive a visita em pessoa, de seu contemporâneo Francisco de Assis, que a abençoou e admitiu na Ordem Terceira, em 1221. Consta que certa vez um dos seus tios, muito rico, deixou a seus cuidados grande parte de seus bens, que eram as colheitas de suas terras. A cidade atravessava uma época terrível de carestia e fome, seu tio nem pensou em auxiliar os necessitados, era um mercador e como tal aproveitando-se da miséria reinante. Durante algum tempo procurou vender grande parte desses víveres, o que conseguiu por um preço elevado, obtendo grande lucro. Mas, ao levar o comprador para retirar o material vendido, levou um susto, suas despensas estavam completamente vazias. Veridiana tinha distribuído tudo aos pobres. O tio comerciante ficou furioso, pediu um prazo de 24 horas ao comprador e ordenou a Veridiana que solucionasse o problema, já que fora a causadora dele. No dia seguinte, na hora marcada, miraculosamente os celeiros estavam novamente repletos, e o negócio pode se concretizar. Veridiana em peregrinação ao túmulo de São Tiago de Compostela, sentiu um chamado especial. Compostela e Roma eram as grandes metas dos peregrinos após a perda da Terra Santa. De volta a Castelfiorentino sentiu maior desejo de solidão e penitência. Seus conterrâneos para a manterem próxima deles, edificaram-lhe uma cela, perto de oratório de Santo Antônio, onde a santa ficou a habitar durante 34 anos, em meio a rigorosas penitências e recebendo graças místicas extraordinárias. Por uma janelinha assistia à missa, falava com as visitas e recebia o escasso alimento de modo a não morrer de fome. Conta-se que sua santa morte no dia 01 de fevereiro de 1242, foi anunciada pelo repicar repentino dos sinos do Castelfiorentino em Florença. Todos os sinos começaram a repicar simultaneamente. Quando os moradores constataram que tocavam sozinhos, sem que ninguém os manuseassem, tudo ficou claro, porque eles anunciavam a morte de Veridiana. O culto de Santa Veridiana foi aprovado pelo papa Clemente VII no ano de 1533. Ela também se tornou protetora do presídio feminino de Florença.

Ao depararmos com a vida desta santa , num primeiro momento nos chocamos um pouco com sua radicalidade.Viver sozinha, numa cela por 34 anos. Quanta penitência e amor! Ficamos admirados e ao mesmo tempo, sentimos uma enorme distância desta escolha de vida e de nossa vida atual, tão corrida, cheia de afazeres, responsabilidades. Como nos afastar, deixar tudo? Concluímos então: – Nunca seremos santos. Mas, se pararmos um pouco para refletirmos, veremos que é possível seguir o exemplo de Veridiana em nossos dias. Exemplo de caridade, de amor ao próximo e de confiança na providência. Exemplo de escolha de uma vida reta, voltada para as coisas nobres e que realmente valem a pena. Podemos nos afastar das coisas do mundo sem necessariamente nos trancarmos numa cela. Podemos nos afastar um pouco da televisão quando esta nos proporcionar  programas que nos afastam do caminho da virtude, músicas que tantas vezes ofendem a Deus com suas letras e tantas ocasiões que podemos evitar, aproximando-nos assim cada vez mais da santidade almejada.  Você tem este poder nas mãos.  Veridiana teve coragem de romper com tudo que a distanciava de Deus na sua época. Peçamos a Nossa Senhora que nos dê coragem para seguirmos este grande exemplo de vida. Como nos ensina Mons. João S. Clá Dias no seu livro O inédito sobre os Evangelhos: “Resta-nos, portanto, abandonarmo-nos aos maternais cuidados de Maria Santíssima, certos de que ela mesma Se encarregará de conduzir à plenitude este ousado empreendimento de nos fazermos perfeitos assim como o Pai celeste é perfeito” (cf.Mt,48)..

Solange Almeida Soares