Santo da Semana – São Paulo Miki e seus companheiros martires – 6 de fevereiro

(+ Nagazaki, Japão, 1597)

No final da Segunda Guerra Mundial, Hiroshima e Nagasaki, duas importantes cidades Japonesas, sofreram um ataque com bombas nucleares. Os EUA, por meio da ação militar da Força Aérea, sob ordens do presidente norte-americano Harry S. Truman, bombardearam as duas cidades japonesas nos dias 6 e 9 de agosto de 1945.
Até os dias de hoje, as duas bombas foram as únicas armas nucleares utilizadas de fato numa guerra. Estima-se que cerca de 140.000 pessoas morreram em Hiroshima e 80.000 em Nagasaki, além das mortes ocorridas posteriormente aos ataques em decorrência da exposição radioativa.
A maioria dos mortos era composta por civis, mulheres, idosos e crianças, pessoas que não estavam combatendo na guerra.
Essa é uma terrível mancha na historia de Hiroshima e Nagasaki( cidades aliás, por ocasião da 2°Guerra, de grande catolicidade no Japão) que nunca poderemos esquecer e é sem sombra de dúvida , uma vergonha para a nossa história.
Mas 348 anos antes da bomba, Nagazaki foi palco de outro terrível acontecimento, pouco conhecido ou raramente relatado pelos meios de comunicação:  O martírio de São Paulo Miki e seus companheiros, por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, e por amor ao seu Corpo Místico, a Igreja.
O cristianismo foi levado para o Japão por São Francisco Xavier em 1549, chegando a ter milhares de seguidores.
Mas se a catequese obteve êxito não foi somente pelo árduo, sério e respeitoso trabalho dos jesuítas em solo japonês. Foi também graças à coragem dos catequistas locais, como Paulo Miki e seus jovens companheiros.
Miki nasceu em 1564,em Tsunokuni no Japão. Filho de pais ricos foi educado no colégio jesuíta em Anziquiama. A convivência do colégio logo despertou em Paulo o desejo de se juntar à Companhia de Jesus e assim o fez. Tornou-se o primeiro sacerdote jesuíta em sua pátria, conquistando inúmeras conversões com humildade e paciência.
O imperador Toyotomi Hideyoshi, era simpatizante do catolicismo mas, de uma hora para outra, se tornou seu feroz opositor. Por causa da conquista da Coréia, o Japão rompeu com a Espanha em particular e com o Ocidente em geral, motivando uma perseguição contra todos os cristãos. Assim a religião cristã foi proibida no Japão.
Os católicos foram expulsos do país, mas muitos resistiram e ficaram. Só que a repressão não demorou.
São Paulo Miki e os seus 24 companheiros foram feitos prisioneiros pelos soldados de Toyotomi Hideyoshi, submetidos a terríveis humilhações e torturas públicas. Levados em cortejo foram alvo de violência e zombaria pelas ruas e estradas, enquanto seguiam para o local onde seriam executados. Alguns dos companheiros de Paulo Miki eram muito jovens, adolescentes ainda, mas enfrentaram a pena de morte com a mesma coragem do líder. Tomás Cozaki tinha, por exemplo, quatorze anos; Antônio, treze anos e Luis Ibaraki tinha só onze anos de idade.
Foram crucificados em Nagasaki, em 1597, na colina Nishizaka. Morreram cantando o Te Deum. Antes de morrer, São Paulo Miki ainda discursou dizendo: “Agora que cheguei a este ponto extremo da minha vida, nenhum de vós há-de acreditar que eu queira esconder a verdade. Declaro-vos portanto que não há outro caminho para a salvação do que aquele que possuem os cristãos. E como este caminho me ensina a perdoar aos inimigos e a todos os que me ofenderam, eu livremente perdoo ao imperador e a todos os autores da minha morte e peço a todos que recebam o batismo cristão”.
Os crentes se dispersaram para escapar dos massacres e só a partir do momento em que o Japão se abriu novamente aos europeus, os missionários voltaram, as igrejas voltaram a ser construídas e os cristãos do Império do Sol Nascente puderam se reencontrar com sua Santa Mãe, a Igreja.

Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados pelo Papa Pio IX, em 1862.

Solange Almeida Soares

Santo da semana- Santa Veridiana – 01 de fevereiro

Nasceu em 1182, em Florença , Itália. Pertencente a uma família nobre e rica, os Attavanti, Veridiana muito caridosa com os necessitados, levou uma vida santa, que ficou conhecida muito além das fronteiras de sua terra; e que lhe valeu inclusive a visita em pessoa, de seu contemporâneo Francisco de Assis, que a abençoou e admitiu na Ordem Terceira, em 1221. Consta que certa vez um dos seus tios, muito rico, deixou a seus cuidados grande parte de seus bens, que eram as colheitas de suas terras. A cidade atravessava uma época terrível de carestia e fome, seu tio nem pensou em auxiliar os necessitados, era um mercador e como tal aproveitando-se da miséria reinante. Durante algum tempo procurou vender grande parte desses víveres, o que conseguiu por um preço elevado, obtendo grande lucro. Mas, ao levar o comprador para retirar o material vendido, levou um susto, suas despensas estavam completamente vazias. Veridiana tinha distribuído tudo aos pobres. O tio comerciante ficou furioso, pediu um prazo de 24 horas ao comprador e ordenou a Veridiana que solucionasse o problema, já que fora a causadora dele. No dia seguinte, na hora marcada, miraculosamente os celeiros estavam novamente repletos, e o negócio pode se concretizar. Veridiana em peregrinação ao túmulo de São Tiago de Compostela, sentiu um chamado especial. Compostela e Roma eram as grandes metas dos peregrinos após a perda da Terra Santa. De volta a Castelfiorentino sentiu maior desejo de solidão e penitência. Seus conterrâneos para a manterem próxima deles, edificaram-lhe uma cela, perto de oratório de Santo Antônio, onde a santa ficou a habitar durante 34 anos, em meio a rigorosas penitências e recebendo graças místicas extraordinárias. Por uma janelinha assistia à missa, falava com as visitas e recebia o escasso alimento de modo a não morrer de fome. Conta-se que sua santa morte no dia 01 de fevereiro de 1242, foi anunciada pelo repicar repentino dos sinos do Castelfiorentino em Florença. Todos os sinos começaram a repicar simultaneamente. Quando os moradores constataram que tocavam sozinhos, sem que ninguém os manuseassem, tudo ficou claro, porque eles anunciavam a morte de Veridiana. O culto de Santa Veridiana foi aprovado pelo papa Clemente VII no ano de 1533. Ela também se tornou protetora do presídio feminino de Florença.

Ao depararmos com a vida desta santa , num primeiro momento nos chocamos um pouco com sua radicalidade.Viver sozinha, numa cela por 34 anos. Quanta penitência e amor! Ficamos admirados e ao mesmo tempo, sentimos uma enorme distância desta escolha de vida e de nossa vida atual, tão corrida, cheia de afazeres, responsabilidades. Como nos afastar, deixar tudo? Concluímos então: – Nunca seremos santos. Mas, se pararmos um pouco para refletirmos, veremos que é possível seguir o exemplo de Veridiana em nossos dias. Exemplo de caridade, de amor ao próximo e de confiança na providência. Exemplo de escolha de uma vida reta, voltada para as coisas nobres e que realmente valem a pena. Podemos nos afastar das coisas do mundo sem necessariamente nos trancarmos numa cela. Podemos nos afastar um pouco da televisão quando esta nos proporcionar  programas que nos afastam do caminho da virtude, músicas que tantas vezes ofendem a Deus com suas letras e tantas ocasiões que podemos evitar, aproximando-nos assim cada vez mais da santidade almejada.  Você tem este poder nas mãos.  Veridiana teve coragem de romper com tudo que a distanciava de Deus na sua época. Peçamos a Nossa Senhora que nos dê coragem para seguirmos este grande exemplo de vida. Como nos ensina Mons. João S. Clá Dias no seu livro O inédito sobre os Evangelhos: “Resta-nos, portanto, abandonarmo-nos aos maternais cuidados de Maria Santíssima, certos de que ela mesma Se encarregará de conduzir à plenitude este ousado empreendimento de nos fazermos perfeitos assim como o Pai celeste é perfeito” (cf.Mt,48)..

Solange Almeida Soares