Ao lermos os Evangelhos, chama a atenção o fato de Jesus utilizar-se de figuras extremamente simples para explicar realidades sublimes.
Por isso, para explicar algo de sublime —muito sublime, mesmo —podemos usar a seguinte imagem;
Imaginemos alguém que diga a outro:
— Pegue tal livro.
Não deu detalhes. Mas quem vai buscar, sabe que o livro está num armário do andar de cima. Não é preciso dizer, portanto: suba a escada, entre em tal sala, abra tal armário, pegue o livro, feche o armário, etc.
Tudo isto já faz parte do simples pedido: “pegue tal livro”.
AS CONSEQUÊNCIAS DE UM DECRETO
Ao ficar determinado no seio da Santíssima Trindade que a sua Segunda Pessoa, o Filho, se faria homem para resgatar nossos pecados, estavam implícitas ao mesmo tempo três decisões:
- O Filho seria Homem-Deus, homem em tudo, exceto no pecado, sem deixar de ser Deus.
- Teria uma Mãe humana, a qual, sendo Deus perfeito em tudo, haveria de ser a Mãe Perfeita: Imaculada, cheia de graça, etc.
- Haveria um Pai, que, apesar de, em nada, colaborar para a geração deste Filho, sendo verdadeiro esposo de Maria, teria em relação a Jesus as prerrogativas de verdadeiro pai.
TRÊS MARAVILHAS EM UM SÓ ATO
Desse modo ao contemplarmos a figura santíssima de São José, vemos que Deus quis guardar a conveniência da proporção entre o Filho (Deus), a Mãe, e o pai humano.
Entre outras razões dadas pelos teólogos está a guarda da honra de Nossa Senhora. Ficaria inexplicável uma mãe com um Filho Homem-Deus sem a presença de um pai humano. Daí a razão das palavras do Anjo a São José: “Não temas receber Maria por esposa, pois o que n’ela foi gerado é obra do espírito Santo”.
O PRIMEIRO ADORADOR DO VERBO ENCARNADO
Bem podemos supor ter sido São José quem primeiro adorou a Jesus ainda no seio virginal de Maria (Mt, 1, 24). A partir de então constituiu-se ele no guardião dos maiores tesouros jamais dados por Deus: o próprio Filho e sua Mãe Santíssima.
Muitíssimos autores afirmam ter São José uma como que autoridade não só sobre a esposa, mas sobre o próprio Jesus.