E o Verbo se fez carne…

Em 25 de março a Igreja comemora a Anunciação do Anjo a Nossa Senhora e a Encarnação de Jesus no seio virginal de Maria (*). No artigo a seguir, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, mestre e formador de nosso Fundador, Mons. João Clá Dias, tece elevadas considerações sobre esse magno mistério.
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CARNE DE CRISTO, CARNE DE MARIA; SANGUE DE CRISTO, SANGUE DE MARIA

 

Plinio Corrêa de Oliveira

 

Antes da Santíssima Virgem Maria saber que seria Mãe do Redentor e Esposa do Divino Espírito Santo, tudo n’Ela se orientava nesse sentido. Não que Ela aspirasse ser a Mãe do Messias, mas a fim de que Ele viesse logo.

“MANDAI O MESSIAS, MANDAI O MESSIAS…”

As orações de Nossa Senhora para a vinda do Messias devem ter acelerado muito essa chegada, pois Ela é onipotente em suas súplicas. A partir do momento em que Deus A criou,Maria Santíssima teve conhecimento da situação da humanidade e começou a rezar para vir logo o Salvador.

Com o nascimento d’Ela levantou-se, portanto, como que uma coluna de fumo odorífero de cor maravilhosa, de movimentação encantadora e ao mesmo tempo majestosa na presença de Deus. Era a oração de Nossa Senhora que subia do Coração Imaculado d’Ela até o trono do Criador, pedindo: “Mandai o Messias, mandai o Messias…

A Virgem Maria possuía tanta admiração e adoração pelo Messias o qual devia vir, que se acredita – a meu ver com muito fundamento – ter Ela pedido para ser escrava da Mãe d’Ele e poder, assim,servi-La de todos os modos, como uma forma indireta de servir o próprio Salvador. Essa oração também foi ouvida, como acontecerá com tantas preces de Nossa Senhora, mais até do que Ela esperava.

Segundo a narração do Evangelho, a Anunciação se deu sem preparação extraordinária. A Santíssima Virgem estava muito normalmente rezando naquele claustrozinho da casa d’Ela, quando apareceu um Anjo e A saudou: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28). Com certeza, na medida em que isso se pode entender de puros espíritos,ele se inclinou profundamente diante d’Ela.

A SANTÍSSIMA VIRGEM JULGAVA-SE INDIGNA

Foram surpresas sobre surpresas: Por que um Anjo vai aparecer para Ela? Por que A saúda reverentemente? Por que Lhe faz esse elogio? Depois, surpresa ainda maior: Maria Santíssima tinha pactuado com São José de ficar sempre virgem. E Ela vê que o Anjo lhe fala de um Filho ao qual deverá dar o nome de Jesus. Ora, Nossa Senhora estava longe de imaginar que o Messias seria Filho d’Ela e, para se manter longe dessa suposição, tinha uma razão que em sua psicologia era invencível: a indignidade d’Ela.

Sendo Ela tão indigna – pensava –, estava claro que não era para Ela que viria isso.E chega a revelação de que Ela – com sua promessa de virgindade – dará à luz um Filho chamado Jesus.Então Ela perguntou como isso seria possível, pois fizera o voto de permanecer sempre virgem. O Anjo deu a entender que isso não seria impedimento, porque para Deus não há obstáculos e, portanto, Ela não se preocupasse, pois seria assim, desde que Ela consentisse. O bonito está nisto: que Ela consentisse.

E Maria Santíssima deu aquela resposta perfeita:“Eis a escrava do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra”(Lc 1, 38). Deu-se, então, a Encarnação do Verbo de Deus, e naquele momento Ela sentiu-Se Esposa do Divino Espírito Santo.

 

 

(*) Neste ano de 2018 devido a coincidência de datas, nesse dia 25 é comemorado o Domingo de Ramos.

 

(Trecho do artigo do mesmo título (em latim), transcrito da revista “Dr. Plinio”, nº 228, de março de 2017, p. 10-11.Para conhecer a vida e obra de Plinio Correa de Oliveira clique aqui )

Ilustrações: Arautos do Evangelho, Gustavo Krajl

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