BATISMO: ATO SOCIAL?

lustre-aceso-pixabay-editDevido ao afastamento progressivo de uma vida baseada no fato de que fomos criados por Deus para a felicidade eterna, os atos religiosos mais sublimes vão se tornando meros “atos sociais”. Isso se dá, por exemplo, com o Batismo. Este é cada vez mais tomado como uma formalidade; muitos se esquecem o que ele tem de mais importante: antes dele éramos apenas criaturas; ao recebermos o Batismo passamos a viver da própria vida de Deus, passamos a ser filhos de Deus!

Poderíamos comparar o não batizado a um lindo lustre de cristal no qual as luzes estivessem apagadas. A partir do momento que somos batizados o lustre se acende. Foi ligado à corrente elétrica.

Ao longo da vida, nenhuma virtude sobrenatural se pratica sem a graça, porquanto para se ser virtuoso de modo constante é preciso ser assistido por ela estavelmente. Esta forma de graça, chamada habitual ou santificante, age a partir do momento em que se recebe o Batismo. Este realiza uma modificação tão profunda e total nas almas que se poderia afirmar que nelas a ação de Deus só se torna verdadeiramente eficiente depois da recepção deste Sacramento. É a porta para todo o resto!

O Batismo poderia ser considerado o maior dos Sacramentos, não fossem as Espécies Eucarísticas o Corpo e Sangue do Redentor. Ainda assim, só os batizados podem receber o Corpo de Cristo, a Eucaristia.batismo-pixabay

De fato, o que acontece com o Batismo é algo extraordinário: Deus adota um ser humano como filho. Por uma ação única do Espírito Santo, a própria vida divina penetra naquela pessoa e passa a existir dentro dela como um novo princípio vital, uma nova fonte de ação. O homem se torna herdeiro das promessas eternas, passa a tocar no infinito e a participar de Deus: daí em diante Ele se torna presente na sua criatura não apenas como Criador, mas como Pai e Amigo. Todas as relações entre o homem e Deus mudam.

Antes disto, porém, do ponto de vista sobrenatural nada o diferenciaria dos animais, dos vegetais ou dos minerais. Todos são criaturas, algumas mais dotadas, outras menos, todavia incapazes de transcender sua própria natureza.

Por isso, um homem não batizado, mesmo que tenha alcançado todos os auges que lhe permite seu estado meramente natural, seria cego, surdo, mudo e paraplégico em relação às realidades superiores; numa palavra, um homem escravo das limitações de sua natureza, porque prisioneiro das realidades mais inferiores desta vida. Com efeito, a partir do momento que o homem é chamado à eternidade com Deus, tudo o que não tem relação com o Criador carece de valor.

Com o Batismo recebemos a “semente” da fé: a fé é tudo, e quem não tem fé é como se não tivesse nada. E a fonte de tudo isso é… a fonte batismal! Dir-se-ia tratar-se de simples água. Contudo, dela brotam os mais preciosos frutos que possam existir.

 

 

Ilustrações: Arautos do Evangelho, pixabay,

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