Acabam de ser publicados os dois primeiros volumes, de um total de cinco, da obra “O dom de sabedoria na mente, vida e obra de Plinio Corrêa de Oliveira”, de autoria de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP.
A importância desta coleção reside, de uma parte, no papel providencial desse destacado líder católico brasileiro, alma dotada de altíssimos dons místicos e apóstolo cheio de fogo, penetrado até o mais íntimo pela sabedoria de Deus.
De outra parte, seu valor consiste na autoridade do Autor, discípulo fervoroso, seguidor incondicional e observador atentíssimo de Dr. Plinio.
A seguir, transcrevemos trechos da apresentação que o próprio Mons. João Clá faz de tão oportuna obra. Foram feitas pequenas adaptações apenas para estabelecer o nexo entre os vários trechos.
O MESTRE DE NOSSO FUNDADOR (*)
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
Ponderando que todo homem tem uma determinada missão a cumprir em função do desenrolar da História, mais do que se deter na análise de fatos concretos, a vida de Dr. Plinio merece ser considerada sob a perspectiva desse desígnio de Deus, a fim de se compreender sua pessoa e sua obra.
Com efeito, a humanidade vem sendo corroída por uma longa crise, estabelecida no Ocidente ao longo dos últimos cinco séculos e designada por Dr. Plinio com o nome de Revolução. (1) Esse processo de desagregação total, propulsionado pela exacerbação das paixões do orgulho e da sensualidade, pretendeu instaurar em todo o mundo o igualitarismo metafísico.
Para isso procurou eliminar os vestígios da ordem cristã, sacral e hierárquica, insurgindo–se, assim, contra o trono do Todo-Poderoso e implantando na face da Terra o reino de satanás.
Contudo, quando a Revolução parecia prestes a atingir o auge de sua expansão e planejava alçar o estandarte da vitória, Deus suscitou um varão, filho da Igreja e eleito por Nossa Senhora, para desempenhar um papel que até esse momento não havia se manifestado na História.
QUEM FOI, POIS, ESTE HOMEM?
Um varão que nasceu e se desenvolveu à luz da inocência de sua mãe, Da. Lucilia, e brilhou por sua virgindade e integridade moral.
Um varão chamado a refletir em si virtudes harmônicas aparentemente opostas: de um lado, extraordinária grandeza e majestade imponente, as quais causavam medo aos orgulhosos; de outro, uma bondade acolhedora, penetrante e cheia de benquerença, que atraía…
Um varão dotado de um carisma de discernimento dos espíritos sem igual, com uma visão histórica a respeito de toda a opinião pública, penetrando os indivíduos, as nações, os povos.
Um varão que, à maneira de uma árvore brotada entre as rochas, cresceu em meio a perseguições, incompreensões e ingratidões.
Um varão de fé, o qual defendeu, das fileiras do laicato, a honra, a santidade e a infalibilidade da Igreja como ninguém o fizera em sua época.
Um varão que, sozinho, divisou a situação da humanidade, discerniu o mal que se alastrava e levantou-se contra toda a sua geração e as subsequentes.
Com a força de sua convicção desafiou o consenso de seu tempo, segurou a correnteza e quebrou a Revolução, para que, sobre seus escombros, fosse edificado o Reino de Maria, (2) prometido por Nossa Senhora em Fátima.
EU O VI!
Muitos já empreenderam a tarefa de publicar escritos dedicados à figura de Plinio Corrêa de Oliveira. Nenhum deles, entretanto, oferece uma visualização que mostre este varão ímpar do único ponto de vista pelo qual realmente merece ser considerado, isto é, o do desígnio de Deus sobre ele.
Ora, ninguém parece ser mais indicado, nem possuir voz mais acreditada para tal encargo, do que o Autor desta obra.
Já em outubro de 2010, para a obtenção do grau de Doutor em Teologia pela Universidade Pontifícia Bolivariana de Medellín, Colômbia, defendeu ele sua tese sobre o mesmo tema, sendo qualificada pela banca examinadora com a nota máxima, summa cum laude.
“Eu o vi!”, bem pode exclamar o Autor. Afinal, os quase quarenta anos de convívio com Dr. Plinio, numa atmosfera de união de almas e comunicação de espírito, fazem dele uma testemunha, e a mais autorizada, para se pronunciar sobre a vida, a atuação, as virtudes e o pensamento de seu mestre.
Para conhecer melhor esta obra, clique aqui
(*) Título da redação deste Blog.
(1)Por Revolução Dr. Plinio entendia o movimento que há cinco séculos vem demolindo a Cristandade, e cujos momentos pinaculares foram as quatro grandes crises do Ocidente cristão: o protestantismo, a Revolução Francesa, o comunismo e a revolta anarquista da Sorbonne em 1968. Suas molas propulsoras são o orgulho e a sensualidade. Da exacerbação dessas duas paixões resulta a tendência a abolir toda legítima desigualdade e todo freio moral. Por sua vez, ele denominava a reação contra este movimento de subversão como Contra-Revolução. Estas teses estão expostas em seu ensaio Revolução e Contra-Revolução (cf. CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Revolução e Contra-Revolução. 5.ed. São Paulo: Retornarei, 2002), publicado pela primeira vez no mensário de cultura Catolicismo, em abril de 1959.
(2) Para Dr. Plinio, o Reino de Maria é a era histórica prevista por São Luís Maria Grignion de Montfort em sua obra Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, e mais tarde anunciada pela própria Nossa Senhora em suas aparições aos pastorzinhos de Fátima: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará!” A esperança desse Reino era para Dr. Plinio uma certeza e constituiu um dos principais objetivos de seu apostolado e de toda sua existência.
(O artigo completo encontra-se na revista “Arautos do Evangelho”, nº 175, de julho de 2016. Para acessar a revista do corrente mês clique aqui )
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