Ao lermos a parábola do filho pródigo, costumamos aplicá-la a pessoas que conhecemos. Mas, haveria um paralelo entre o filho pródigo do Evangelho e a situação trágica em que a humanidade se encontra?
O filho pródigo do Evangelho perdeu sua herança porque desejou gastá-la longe da casa do pai, e a humanidade parece ter perdido a luz da razão porque julgou-se capaz de usá-la sem Deus. E tendo dilapidado toda a “fortuna” de sua inteligência e liberdade, não estaria agora a humanidade reduzida a alimentar-se das “bolotas dos porcos”?
Ora, será que doravante a História não nos reservará algo melhor? A grande bondade manifestada pelo pai ao filho arrependido, não nos autoriza a esperar um imenso perdão para a “humanidade pródiga”? Sobre esta perspectiva o Mons. João Clá, Fundador e Superior Geral dos Arautos do Evangelho tece um elucidativo comentário.
MARIA E A “HUMANIDADE PRÓDIGA” (*)
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
Se traçássemos um paralelo entre a humanidade atual e o filho pródigo, com tristeza veríamos não estar ela muito distante do estágio no qual, reduzido à completa miséria, o filho pródigo da parábola quis se alimentar com as bolotas dos porcos.
Permitindo que os homens caiam nos horrores de um mundo contrário à virtude, Deus espera pacientemente o momento exato para lhes conceder as luzes de sua misericórdia, através de uma ação do Espírito Santo. Tal ação lhes fará ver com clareza seu deplorável estado e lhes suscitará as saudades das maravilhas da graça, abandonadas já há tantos séculos.
A FIGURA QUE NÃO ESTÁ NA PARÁBOLA: MARIA SANTÍSSIMA
Os símbolos, porém, sempre claudicam em relação à realidade, e a fé nos faz crer que o futuro dos homens superará em muito o desfecho da parábola, sobretudo por causa de um elemento. Na narração, não aparece uma figura que na História tem papel fundamental: Maria Santíssima, a quem Deus constituiu Advogada e Refúgio dos pecadores, Mãe dos homens.
Quando a humanidade pródiga começar a empreender o caminho de volta, essa Mãe virá ao seu encontro e a receberá com incomensurável bondade.
Bastará então que Lhe seja dirigida a súplica humilde e confiante: “Pecamos contra Deus e contra Vós; já não merecemos ser chamados vossos filhos. Tratai-nos como se fôssemos servos”. Ela mesma intercederá, então, junto a seu Filho, levando-Lhe o pedido de clemência.
Nesse momento em que os homens se apresentarem diante do trono da Divina Misericórdia, colocando-se na condição de escravos da Sabedoria Eterna e Encarnada, pelas mãos de Maria, estará concedido o perdão restaurador.
E assim como o pai festejou o jovem arrependido, Deus tratará como filhos prediletos a estes que se entregarem sem reservas, e promoverá a comemoração inaugural de um novo regime de graças no plano da salvação: o Reino de Maria, era histórica da misericórdia, constituída por almas que, reconhecendo-se pecadoras, se terão deixado transformar pela força do perdão.
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