UMA QUESTÃO DE CORAÇÃO

Numa sala de aula o professor perguntou aos seus alunos:

— Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?

Depois de muito discutirem entre si, os alunos disseram:

— As pessoas gritam porque perdem a calma.

O professor convidou-os a aprofundar mais a questão. Mas ao verificar que o tempo passava e começavam a surgir ideias desencontradas, tentando ajudá-los, lançou-lhes esta pergunta:

— Mas por que é que se grita a uma pessoa que está ao nosso lado? Se ela não é surda, não é o caso de falar-lhe em voz normal?

Os alunos continuaram a tentar encontrar uma resposta a essa questão tão simples. Debateram durante mais algum tempo e como não conseguissem, o professor tentou ajudá-los:

— Quando duas pessoas estão aborrecidas entre si, os seus corações afastam-se muito. E, para encurtar a distância, precisam gritar para se fazerem ouvir. Já notaram que, quanto mais aborrecidas estão mais alto gritam?

Os alunos começaram a “pegar o fio da meada”. Vendo que perceberam por onde ia a solução, o professor procurou aprofundar a questão:

— Vejam: o contrário acontece exatamente quando duas pessoas gostam uma da outra: quando conversam se entendem e falam em voz normal. Em muitos casos até diminuem a voz… É que a distância entre elas é pequena ou até não há distância. Há uma harmonia entre eles e muitas vezes nem precisam dizer nada um ao outro; basta se olharem.

— É assim mesmo! — disseram os alunos quase em uníssono.

— Por isso, quando vocês debaterem algo entre si, como amigos que querem ser, não deixem seus corações se afastarem. Se começam a gritar um com o outro, é porque já estão muito distantes. Antes de começarem a discutir, procurem se amar mais. Aumentem a proximidade e não a voz.

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(Adaptado do jornal “Cavaleiro da Imaculada”, nº 846, setembro de 2004, Porto, Portugal, de autor anônimo)

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