Como uma semente…

Carregando com exuberância delicados e coloridos cachos de flor, brancos, róseos ou amarelos, o ipê evoca a inefável beleza do Altíssimo. A jabuticabeira, por sua vez, com seus troncos e galhos repletos de frutinhas, lembra a generosidade com que a Divina Providência atende as necessidades dos seus filhos.

Mariana Roffer da Costa Vicari

Mas quem, ao contemplar tão frondosas criaturas, recorda terem elas se originado de uma diminuta semente?

Sim, o esplendor daquelas árvores, antes de chegar a seu estado de perfeição, estava já contido dentro de um invólucro pequenino e frágil,que corria o risco de servir de alimento para os pássaros, morrer sem germinar num terreno pedregoso,ou ser afogado entre os abrolhos quando ainda era um brotinho.Porém, tendo encontrado as condições adequadas, o princípio vital contido na sementinha levou-a a deitar raízes, haurir minerais da terra e fazer surgir o tenro caule prenunciador da árvore adulta.

Ao analisar esse processo, vemos ser indispensável a presença de um elemento fundamental, sem o qual a planta nunca adquirirá as forças necessárias para atingir sua plenitude: o sol. Contudo, ela jamais poderá se elevar do chão em direção ao astro rei se não concorrer um outro fator igualmente vital: a água.

Algo semelhante acontece com os homens: assim como as plantas não podem crescer rumo ao sol, fonte de sua vida e energia, sem estar enraizadas em terra úmida, as almas são incapazes de chegar até Deus sem a ajuda e mediação de Maria Santíssima.

Nossa Senhora cuida das suas “sementinhas” evitando que caiam em terreno pedregoso, intervém para retirá-las do meio dos espinhos, mas também as vivifica como a água faz com o vegetal. Robustece-as, ajuda-as a crescer e dá-lhes vigor suficiente para se tornarem “árvores” frondosas e saudáveis de acordo com sua “espécie”, isto é, segundo sua própria vocação.

As “sementes” vivificadas e governadas por Maria Santíssima têm, já nesta terra, a alegria de participar de algum modo dessa Luz. E, chegando à vida eterna, farão elas parte do feérico conjunto das almas justas, mais belo e magnífico do que qualquer floresta de ipês, carvalhos ou jabuticabeiras que neste mundo se possa encontrar.

 

(Adaptação do artigo com o mesmo título, publicado na revista “Arautos do Evangelho”, nº 205, janeiro de 2019, p. 51. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )

Ilustrações: Arautos do Evangelho, Timoty Ring.

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