Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem – III

(Parte III das considerações do Pe. Juan Carlos Casté sobre o “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem” )

 

Mas por que ser escravo de Jesus por meio de Maria? A devoção a Ela não acaba por desviar nossa atenção de Cristo?
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JESUS E MARIA, UNIDOS COMO O FOGO E O CALOR

Pe. Juan Carlos Casté, EP

É a pergunta tantas vezes repetida ao longo da História, à qual o Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Lumen gentium, dá cabal resposta: “Todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece”. (8)

O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem é, no seu conjunto, uma resposta irrefutável a essa objeção que, entretanto, põe-se muito explicavelmente em grande número de pessoas, mesmo piedosas e desejosas de uma íntima união com Cristo.

Até o jovem Karol Wojtyla — futuro papa João Paulo II — chegou a sentir dificuldades a esse respeito, mas elas foram todas resolvidas pela argumentação teológica exposta no Tratado. (9) Porque, como brilhantemente mostra São Luís nessa obra, longe de desviar ou apartar de Jesus Cristo, Maria Santíssima nos conduz à plena união com Ele.

“Seria possível que Aquela que achou graça diante de Deus para o mundo inteiro em geral, e para cada um em particular, impedisse uma alma de encontrar a grande graça da união com Ele? Seria possível que Aquela que foi cheia e superabundante de graças, e tão unida e transformada em Deus que este n’Ela Se encarnou, impedisse uma alma de ficar perfeitamente unida a Deus?” pergunta-se o Santo. (10)

É claro que não, afirma São Luís, porque “Vós, Senhor, estais sempre com Maria, e Maria sempre convosco; nem pode Ela estar sem Vós, pois senão deixaria de ser o que é; de tal modo está Ela transformada em Vós, pela graça, que já não vive, já não existe: sois Vós que viveis e reinais n’Ela, de maneira mais perfeita que em todos os Anjos e Bem-aventurados. […] Maria está tão intimamente unida a Vós que mais fácil seria separar do sol a luz, e do fogo o calor”.(11)

 

(8) CONCÍLIO VATICANO II. Lumen gentium, n.60.
(9) Cf. BEATO JOÃO PAULO II. Dom e Mistério. São Paulo: Paulinas, 1996, p.37.
(10) SÃO LUIS MARIA GRIGNION DE MONTFORT, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, Ed. Vozes, Petrópolis, 2018, 48ª edição, n.164.
(11) Idem, n.63.

 

[Trecho de artigo do Pe. Juan Carlos Casté, EP. Acesse o texto integral em http://www.arautos.org/secoes/artigos/doutrina/virgem-maria/o-premio-da-escravidao-a-maria-santissima-2-144159 ]

 

Ilustrações: Arautos do Evangelho, Pixabay, Gustavo Krajl

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