Luiz era um jovem vivaz e sadio. Traquinas desde pequeno, melhorara bastante quando sua mãe o preparara para a Primeira Comunhão.
Já adolescente, um dia rebelou-se.
Não queria mais sujeitar-se ao desvelo paterno; afinal, pensava já poder arranjar-se por si. Depois de um atrito com a mãe, declarou:
— Não quero mais ficar aqui. Vou fazer minha vida.
E embrenhou-se pelo mundo…
Em pouco tempo deu-se conta de como a vida ali era dura: nenhuma amizade verdadeira; não recebia ajuda de ninguém — cada um só pensava em si: “os outros, se arranjem”.
Luiz foi rolando pela vida, cada vez mais baixo.
Passaram-se os anos. Seu pai morreu. Sua mãe envelheceu. Ele nunca mais tentou qualquer contato…
Certo dia de inverno, tiritando, esperava a “sopa dos pobres” numa paróquia. Ao aproximar-se de um quadro de avisos deparou com o inesperado.
Sua mãe, na esperança de rever o filho, pedira nas paróquias da região para por um pequeno cartaz: sua foto — cabelos já grisalhos — e a frase:
“Eu ainda amo você. Volte para casa”.
— É mamãe! – exclamou interiormente.
Tomou a sopa e entrou na igreja… aquele sorriso materno, a saudade daquele afeto não lhe saia da imaginação. Percebeu na lateral da igreja o altar de Nossa Senhora: a Virgem afável… parecia chamá-lo; foi até lá, ajoelhou-se, rezou titubeante a única oração de que se lembrava, a Ave-Maria.
Afinal decidiu-se. Voltou por ruas bem conhecidas e aproximou-se da casa. Como aquele jardim lembrava-lhe os jogos inocentes de criança…
Era bem cedinho, o sol mal nascera. Aproximou-se da porta e ao querer bater, a porta abriu: não estava trancada.
Teria algum malfeitor entrado e feito mal a sua mãe? Entrou e correu rápido ao quarto dela: a mãe dormia tranquilamente. Acordou-a. Tão logo se deu conta, ela esboçou um sorriso e abraçou o filho:
— Meu Luiz… meu Luiz…
— Mamãe eu encontrei a porta aberta e pensei que lhe tinham feito algum mal.
—Filho, desde o dia em que você se foi, a porta nunca mais foi fechada.
Caro internauta de qualquer idade, quando se sentir só, desamparado, sem solução, lembre-se que uma porta nunca se fecha: o amor de Maria, Mãe de Jesus.
Volte-se para Ela, pois, ninguém que lhe tenha pedido o socorro deixou de ser atendido. Você não será o primeiro.
Nessas horas, olhe para uma imagem d’Ela. Embaixo, invisível, estará escrito:
“Eu ainda lhe amo. Volte para mim e eu o levarei a Jesus, meu Filho”.
3 thoughts on “A porta sempre aberta”