Maria, Mãe de Jesus

Os grandes teólogos têm, a respeito de Nossa Senhora, uma expressão muito adequada: “De Maria nunca é demais se falar”. Por esta razão e pelo fato de que os afazeres do dia a dia podem diminuir em nós as convicções religiosas, damos um breve apanhado de alguns pontos referentes a Nossa Senhora, sem — nem de longe — pretender esgotar o assunto.

IMACULADA CONCEIÇÃO

Deus é o único ser que poderia escolher a própria mãe. Sendo Ele, perfeitíssimo, não escolheria para si uma mãe imperfeita. Por esta razão e na previsão dos méritos de Nosso senhor Jesus Cristo Ele criou Nossa Senhora Imaculada (ou seja, sem a mancha do pecado original) e cheia de graça.  Se não fosse assim, Deus teria escolhido para Si uma mãe indigna d’Ele, o que é impossível, pois Ele só faz coisas perfeitas. (1)

CHEIA DE GRAÇA

                 Anunciação do Anjo a Maria

As Bíblias existentes baseiam-se na tradução (do grego para o latim) feita por São Jerônimo. Nesta tradução São Jerônimo usa a expressão “cheia de graça” (que corresponde ao verbo grego). Só após Lutero alguns passaram a traduzir como “agraciada” (que não corresponde ao verbo grego). Agraciada é receber qualquer graça. Maria é — conforme as palavras do Anjo — cheia de graça.

Na mesma Anunciação, o Anjo (Lc 1, 28) diz que “o Senhor é contigo”. Quem seriamos nós de não estar com quem Deus está?

GRANDEZA DE NOSSA SENHORA

No Evangelho, Nossa Senhora mesma reconhece: “Fez em mim grandes coisas Aquele que é poderoso e cujo nome é santo” (Lc 1, 46-55).

E no versículo 48: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada”. Negar-lhe este louvor é, portanto, anti-evangélico.

No início desse canto de ação de graças, Nossa Senhora atesta que, por estes benefícios, “exulta em Deus, meu Salvador” (Lc 1, 47). Ou seja, reconhece e se alegra de que tudo nela foi feito por Deus. Ao mencionar “Salvador” fica claro que é pelos méritos de seu (e nosso) Salvador, Jesus Cristo.

MEDIANEIRA POR VONTADE DE DEUS

                  Nossa Senhora das Graças

Assim como Jesus veio a nós por meio de Maria, é por este mesmo caminho que Ele quer que vamos a Ele. Jesus podia ter aparecido já adulto e realizado sua missão, mas não quis assim; quis depender de Maria. Diz o grande arauto de Maria, São Luís Grignion: “Em Maria e por Maria é que o Filho de Deus se fez homem para nossa salvação” (2). Deus quis a mediação de Maria não só para a Encarnação, mas também para a nossa salvação.

Jesus de tal maneira atendia seus pedidos que em Caná transforma a água em vinho embora diga “não ser chegada a sua hora” (Jo 2, 4).

Das palavras de Nossa Senhora que os Evangelhos citam, 3 frases são dirigidas a Deus, 2 ao Anjo e uma apenas aos homens: “fazei tudo que Ele vos disser” (Jo 2,5). Ou seja, a única frase dirigida aos homens exorta-os a obedecer a Jesus. Dizer ou pensar que a veneração a Nossa Senhora afasta de Jesus é, portanto, completamente errado.

JESUS NOS FEZ FILHOS DE MARIA

Numa das suas últimas palavras, pouco antes de morrer, Jesus disse a São João Evangelista: “Eis aí tua Mãe” (Jo 19, 27). Os exegetas de todos os tempos são unânimes em afirmar que, ali, São João representava toda a humanidade, a qual deveria tomar a Maria por Mãe.

MARIA PRESENTE NA IGREJA DESDE O PRINCÍPIO

Nossa Senhora e os Apóstolos na vinda do Espírito Santo (Pentecostes)

Nos Atos dos Apóstolos está afirmado que estes perseveravam na oração à espera da descida do Espírito Santo “juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele” (At 1, 12-14).

Quanto à expressão “irmãos de Jesus”, só os desinformados não conhecem o fato de que, entre os judeus, era hábito comum chamar de irmãos todos parentes da mesma geração (primos, mesmo distantes; cunhados, etc.)

O MAIOR ELOGIO DE JESUS A MARIA

Quando Jesus diz (Mt 12, 46-50; Mc 3, 31-35; Lc 8, 19-21) “Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão e irmã e mãe” os exegetas (comentaristas autorizados da Bíblia) afirmam que, mais do que o laço sanguíneo de Jesus com Maria, o fazer Ela em tudo a vontade de Deus, é n’Ela uma perfeição maior ainda. Dificilmente se poderia fazer maior elogio da santidade de Nossa Senhora do que Jesus com esta frase.

* * * * *

Observação: os pontos acima nem de longe esgotam o que se poderia dizer da grandeza de Maria Santíssima. São apenas exemplificativos. Porque “De Maria nunca é demais se falar”.

Completa o presente post uma pequena amostra de imagens de Nossa Senhora, como A imaginaram pessoas e povos dos mais variados séculos e locais do mundo.

 

 

(1)  Beato Papa Pio IX, Bula “Ineffabilis Deus”, no dia 08 de dezembro de 1854, proclamou o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Ver: http://w2.vatican.va/content/pius-ix/pt.index.4.html

(2) São Luís Grignion de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, 46ª Edição, Ed. Vozes, Petrópolis, 2015, p.28.

(3) Idem, pp. 28-43.

Ilustrações: Arautos do Evangelho, Wikimédia, reprodução (coleção particular).

Nossa Senhora do Japão

Maria, Imperatriz da China

Imaculado Coração de Maria

Nossa Senhora do Carmo

Nossa Senhora do Apocalipse

Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais

Nossa Senhora da Divina Providência

Nossa Senhora do Bom Sucesso

Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzano

Nossa Senhora das Alegrias

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Nossa Senhora de Lourdes

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