Com Nossa Senhora não se brinca

Imagem de Nossa Senhora de Fátima – Lacrimação em Nova Orleans

Em 13 de outubro de 2017 completou-se o centenário da última aparição de Nossa Senhora em Fátima. Ou seja, Deus envia como mensageira de uma aviso seu sua própria Mãe. O que a humanidade fez dessa mensagem-advertência que o próprio Pai nos envia? O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, mestre do Fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Clá Dias fez para nosso bem as reflexões que seguem.


COM NOSSA SENHORA NÃO SE BRINCA

Plinio Corrêa de Oliveira

Não poderíamos deixar passar o dia 13 de outubro sem determos um instante nossa atenção no assunto Fátima. Desta vez não vou comentar tanto a Mensagem quanto a atitude do mundo perante ela.

COMO NOSSA SENHORA DOCUMENTOU A AUTENTICIDADE DA MENSAGEM

A Santíssima Virgem documenta a autenticidade de seu anúncio de dois modos:

– Em primeiro lugar, Ela a confia a pastorezinhos incapazes de compreender seu significado, limitando-se a repetir o que ouviram. Por vezes, discursos longos e complexos que eles transmitiam sem se contradizerem, mesmo submetidos a inquéritos policiais brutais.

– De outro lado, Nossa Senhora produziu milagres que provavam à multidão ali reunida, e mesmo a gente de muito longe, que algo de sobrenatural se passara, como, por exemplo, a famosa “dança” do Sol. Tudo atestado por pessoas que moravam muito distante de Fátima.

Imagem ilustrativa – Milagre do sol – 13 de outubro de 1917

COMO O MUNDO RECEBEU A MENSAGEM

Entretanto, chama a atenção no modo de o mundo receber a Mensagem de Fátima, não só a incredulidade de muitos à vista de episódios tão impressionantes, mas o fato de não se encontrar quem fizesse o seguinte comentário: tomada a Mensagem em si mesma, apenas pelo seu conteúdo, abstração feita de todos os prodígios que a cercaram, já havia todas as razões para admitir sua veracidade.

Quem conhecesse um pouco de Moral não podia duvidar que o mundo estava imerso num processo de pecados gravíssimos, cujo dinamismo permitia antever aonde levariam a humanidade.

Portanto, teologicamente falando, bastaria raciocinar um pouco para se ter a certeza de que, a não haver uma grande conversão, viria um castigo.

Assim, com um pouco de conhecimento da Teologia da História, ver-se-ia tratar-se de uma mensagem condizente com o que um homem de Fé, analista dos acontecimentos da época, dotado de alguma profundidade, deveria pensar.

TINHA-SE TUDO PARA SE CRER NA MENSAGEM

Lúcia, Francisco e Jacinta – Pastorinhos a quem Nossa Senhora apareceu

Ora, as crianças transmitiram, assim, uma comunicação sábia e verdadeira em si mesma, de uma sabedoria e uma riqueza de conteúdo que excedia a capacidade delas. Logo, a mensagem é intrinsecamente verdadeira.

Em última análise, alguém que observasse o mundo daquele tempo distinguiria na Mensagem três aspectos:

– uma descrição teológica dos pecados daquele tempo,

– o anúncio de um castigo

– e a indicação dos meios de escapar deste, isto é, a penitência e a

consagração ao Imaculado Coração de Maria.

A Porta da misericórdia é precisamente Nossa Senhora, chamada a Porta do Céu. Quer dizer, é ultrateológico que Ela tenha dito: “Cessem de pecar e recorram a Mim que obtenho a eliminação do castigo.” Nada mais razoável.

ENTRETANTO, REJEIÇÃO TOTAL

    Imagem que chorou em Nova Orleans

Contudo, a humanidade recebeu a Mensagem de Fátima com orgulho, quando ela exigia um ato de humildade, ou seja, que os homens reconhecessem: “Nós pecamos, andamos mal.” Exigia a emenda, o abandono da impiedade e da imoralidade na qual iam caindo. Por isso houve uma rejeição global em relação a essa Mensagem. Os resultados, vemos por toda parte.

Façamos um exame de consciência. Temos os olhos suficientemente abertos para a Mensagem de Fátima? Compreendamos que com Nossa Senhora não se brinca, e peçamos a Ela que tenha pena de nós. (*)

(*) Excertos da conferência de 13/10/1970 (Compartilhado da revista “Dr. Plinio”, nº 235, de outubro de 2017, p.4.)

Ilustrações: Arautos do Evangelho, Ed. Retornarei, acnsf,

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