AS DUAS TERESAS

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Das santas recentes, talvez a mais conhecida seja Santa Teresinha do Menino Jesus. Falecida pouco antes do início do século XX, em 1897, foi beatificada em 1923 e canonizada dois anos depois. Sua autobiografia foi publicada um ano após sua morte. São Pio X — Papa pouco após sua morte (1903-1914) referia-se a ela como “a maior entre os santos modernos”,

Três décadas após sua canonização era a santa à qual era dedicado o maior número de igrejas no mundo e sua autobiografia tinha mais de mil edições, inclusive em línguas as mais remotas.

Há uma outra Teresinha, santa, mais jovem e recente que Santa Teresinha do Menino Jesus, pouco conhecida.

Sobre esta outra Teresinha, daremos apenas alguns poucos dados e um fato que se pode chamar — pelo menos — prodigioso. Não, nem de longe um fato espetacular, mas tem sua analogia com um fato de Santa Terezinha do Menino Jesus

A OUTRA TERESA

Trata-se de Santa Teresa de Jesus dos Andes, nascida no Chile em 1900 e morta aos 19 anos apenas, já como freira carmelita. É a santa carmelita mais jovem e que menos tempo passou na vida religiosa: 11 meses.

Santa Teresa de los Andes
Santa Teresa de los Andes

Nascida Juana Fernades Solar, era de importante família da aristocracia chilena e como ele mesma diz “nasci mimada por todos”. Apesar de ter nascido em classe rica, ainda muito nova — diz em seu diário — “logo Jesus me chamou” e, pode-se dizer dela a palavra de Nosso Senhor: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5, 3). Com efeito, nascida em meio à riqueza material e “mimada”, atendeu desde cedo o chamado do Divino Mestre.

Querer dar aqui o resumo ainda que breve de sua vida extravasaria tamanho de um post. Restringimo-nos — como dissemos —a dar estes poucos dados e o

fato a que aludimos.

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Antes de sua entrada para o mosteiro carmelita, por volta de seus 17 anos dirigia-se de carruagem com sua mãe para a propriedade da família, tendo que passar por trechos de precária estrada, margeando precipícios. Em certo momento ouve-se um forte estalo vindo da parte inferior do veículo. O cocheiro, experimentado no ofício, mostrou-se preocupado e pediu instruções à mãe de Juana. Nesse ínterim a jovem já convencera a mãe de que “não havia o que temer, pois Jesus e a Virgem não permitiriam nenhum acidente”.

Santa Teresa de los Andes
Santa Teresa de los Andes

Confiante na palavra de Dª Lucía — esse era o nome da mãe de Juana — continuou a viagem, chegando à fazenda sem incidentes. Ao parar o veículo no pátio da casa e tendo ambas descido da carruagem, uma das rodas — aquela de onde viera o estalo — desprendeu-se e rolou pelo terreno: a peça que mantinha a roda presa tinha caído na estrada e, ao desprender-se provocara o ruído. A carruagem fez o restante do percurso com a roda solta, à beira de precipícios…

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Fatos prodigiosos — ou milagrosos —, Deus os faz em toda História, muitas vezes por intercessão dos santos. Vejamos um, bem recente, narrado por um Bispo. Damos aqui um resumo.

“Voltando de Tucumã a Altamira, aconteceu algo que não esquecerei nunca. Antes de embarcar, o piloto, disse-me que havia feito uma revisão completa do avião em Goiânia a pouco tempo. Decolamos em direção a Altamira, que dista umas duas horas de voo”.

Olhava para baixo admirando a selva virgem, os ipês em flor.

De repente o motor começou a perder força, a hélice girava cada vez mais devagar, até parar totalmente. Olhei para o piloto: estava assustado, nervoso, pálido. Não falava! Estávamos a um passo da morte: ainda que sobrevivêssemos à queda, nessa selva ninguém nos encontraria”.

Santa Teresinha do Menino Jesus

Santa Teresinha do Menino Jesus

Nesse momento, o bispo, que é missionário, invocou Santa Teresinha: “Vós que sois a padroeira dos missionários, por favor, mostra-nos agora o que sabes fazer!”.

“Por incrível que pareça, depois de três minutos, que pareceram eternos, o motor voltou a funcionar. Do fundo do coração disse: “Obrigado Teresa; contarei este milagre aonde vá. Não esquecerei nunca!”.

“O avião retomou altura (…) meia hora depois, aterrissávamos sãos e salvos, e contamos o que nos havia sucedido em pleno voo”.

O mecânico do aeroporto abriu o compartimento do motor do avião, e colocou as mãos na cabeça: “Meu Deus! como podeis estar vivos? O motor está totalmente avariado!”. Fiquei gelado, mas em seguida meu coração saltou no meu peito, ouvindo da boca do mecânico a confirmação de que havia sido um milagre de Santa Teresinha”, conclui o Bispo.

Duas viagens chegaram bem ao fim, graças a duas Teresas.

 

 

 

O relato está em
http://www.newscattoliche.it/libri-ho-udito-il-grido-dellamazzonia/ acessado em 10 de agosto de 2015 e é o resumo do livro Ho udito il grido dell’amazzonia, de Dom Erwin Krautler, Bispo de Altamira-Xingu, (Brasil), Editrice Missionaria Italiana, Bolonha, 2015.

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