Poucos dias antes havia ouvido Mons. João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho afirmar uma verdade da doutrina católica: o universo é uma imagem material das realidades espirituais. Deus colocou nas criaturas visíveis reflexos de perfeições suas, de alguma virtude, de alguma obra espiritual saída das mãos d’Ele, de alguma maravilha que talvez só na eternidade contemplaremos.
Essa lembrança veio-me à mente quando percorríamos de barco um trecho do belo litoral com que Deus presenteou nossa Pátria. O barqueiro que nos conduzia — apesar da escuridão da madrugada — habilmente desviava das inúmeras rochas.
Em meio àquelas densas trevas, procurei adivinhar em que ponto do horizonte surgiria o sol. Arrisquei perguntar ao barqueiro onde despontaria o sol.
— Quando o senhor ver uma estrela bem brilhante aproximar-se do horizonte, ali é que nascerá o sol. — respondeu-me solícito.
Realmente, pouco depois uma estrela muito brilhante aproximou-se do horizonte, este clareou-se lentamente e, de repente, surgiu radiante o astro rei.
Associando o que via com o que dissera o Mons. João Clá lembrei-me que a Igreja chama a Nossa Senhora de Estrela Matutina: quando nasceu a Virgem Bendita, era sinal que estava próximo de nascer Jesus, o Sol da Justiça.
Hoje, 8 de setembro, a Igreja comemora a Natividade de Nossa Senhora, a Estrela Matutina que anuncia o nascimento do Sol da Justiça, Jesus Cristo.
É Maria Santíssima a mais excelsa das criaturas, na qual o Altíssimo realizou maravilhas, conforme suas palavras ao responder a saudação de Santa Isabel.
Se um bebê é sempre motivo de encanto para os que o veem, qual seria a beleza de Nossa Senhora recém nascida? Ou já mais crescidinha, de quem um autor descreve como tendo os cabelos dourados como o ouro e os olhos de um azul profundo como as noites do Oriente?
A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, a descreve fulgurante “como um copo de cristal, cheio de água puríssima atravessado pelos raios mais ardentes do sol de meio dia”. (1)
Realidades exteriores reveladoras de como Deus preparou a sua obra prima e a elegeu para Mãe de seu Filho e Mãe nossa, pois no dizer de conceituado autor “o mesmo eterno desígnio de misericórdia que predestinou o Salvador Jesus, predestinava também a Mãe do Deus feito homem. Não há dois decretos, um relativo ao Verbo encarnado e outro à Virgem sua Mãe, mas um só e mesmo plano de infinita bondade, congregando a ambos numa indissolúvel aliança. Nem Maria sem Jesus, nem Jesus sem Maria (2).
È costume nos aniversários oferecerem-se presentes ao aniversariante, mas Nossa Senhora, sendo o tesouro de Deus é que nos presenteia neste seu dia. Peçamos a ela tudo que precisamos, certos de que Ela nos dará na abundância ditada por seu amor de Mãe.
Entre outras graças, peçamos a de sermos bons filhos e filhas dEla. É o melhor presente a lhe oferecermos. Ela não quererá outra coisa senão assemelhar-nos ao Divino Filho. Por isso, a única frase dirigida por Ela aos homens, registrada nos Evangelhos é : “fazei tudo que Ele vos disser”.
(1) “Memórias” , Irmã Lúcia, apud Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, “Fátima – O meu Imaculado Coração triunfará!”, Ed. ACNSF, São Paulo, 2005)
(2) Pe. Jean-Baptiste Terrien, SJ, in Revista Arautos do Evangelho, nº 141, Setembro 2013, p. 52
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