Pouco antes do Natal, a Igreja comemora a festa de Nossa Senhora do Ó, também chamada da Expectação ou da Esperança. É uma das mais antigas comemorações litúrgicas em louvor à Mãe de Deus, pois sua origem remonta ao ano de 656, quando o X Concílio de Toledo instituiu a Festa da Expectação do Parto, na qual se apresenta Nossa Senhora bem próxima do nascimento de Jesus.
No decorrer do tempo, o título de Nossa Senhora da Expectação acabou sendo mudado pela invocação de Nossa Senhora do Ó, porque na semana anterior ao Natal, as antífonas estabelecidas para o Magnificat no Ofício de Vésperas se iniciam todas pela interjeição “Ó”, seguida de um título messiânico:
Ó Sabedoria, saída da boca do Altíssimo;
Ó Adonai(Senhor), guia da casa de Israel;
Ó Raiz de Jessé (pai de Davi);
Ó Chave de Davi;
Ó Sol nascente justiceiro;
Ó Rei das nações;
Ó Emanuel: Deus conosco.
O ponto central de cada uma dessas sete antífonas é a súplica “vinde”, não tardeis mais. E a delicadeza do gênio litúrgico da Igreja organizou-as de modo tal que o acróstico composto pelas iniciais latinas de cada antífona depois da interjeição “Ó”, lidas em sentido inverso, forma a resposta do Divino Salvador a essa filial súplica: “Ero cras” (“Virei amanhã”).