Conversando com uma senhora – devota do Rosário –, de repente ela teve esse dito:
– Na quarta dezena do terço eu só digo ‘Apresentação do Menino Jesus no Templo’ e nunca completo com ‘e Purificação de Nossa Senhora’. Por que falar em purificação de Maria se Ela é Imaculada?
Procurei explicar-lhe o ensinamento da Igreja sobre o assunto. Creio ser útil conhecer tal ensinamento, resumido em seguida.
A HUMILDADE DE MARIA
Dois são os motivos que fizeram Maria Santíssima submeter-se ao rito da Purificação.
O primeiro deles é assim enunciado por São Luís Grignion de Montfort logo no início do seu Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem: “Para atender aos pedidos que ela fez a Deus de escondê‑la, empobrecê‑la e humilhá‑la, Deus providenciou para que oculta ela permanecesse em seu nascimento, em sua vida, em seus mistérios, em sua ressurreição e assunção, passando desapercebida aos olhos de quase toda criatura humana”. (1)
Por isso, em tudo Maria se submetia à Lei mosaica e passava aos olhos de quase todos como uma mulher como as demais. E sempre procurava a atitude mais humilde. Por exemplo, nesse mesmo ato da Apresentação do Menino Jesus, deu o resgate estabelecido na Lei para os pobres: ofereceu duas rolinhas.
OBEDECE À LEI EM VIGOR
O outro motivo para a Purificação: a Lei antiga estava ainda em vigor. Só após a Redenção realizada pelo seu Divino Filho ficaria estabelecido o regime da Graça, em que a Misericórdia aperfeiçoaria a Lei antiga. Jesus o diz claramente: Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição”.(Mt 5,17)
AMOR À MISSÃO DO FILHO
Maria poderia agir de modo diferente só após a inteira efetivação da Redenção, a qual Ela tentou antecipar nas bodas de Caná, na qual Jesus realiza seu primeiro milagre, embora “ainda não tivesse chegado sua hora”. (Jo 2,4)