De vez em quando, mesmo em ambientes católicos, se percebem palavras ou atitudes reticentes em relação à devoção a Nossa Senhora: a devoção a Maria não desviaria do culto a Jesus?
Até o Papa João Paulo II chegou a se por esse problema, quando era jovem seminarista. Eis o que ele mesmo conta: “Houve tempo em que, de certa forma, pus em dúvida o culto a Maria, temendo que minha devoção a Maria pusesse em risco a supremacia do culto a Cristo”.
Mas continua ele: “Foi então que me veio em ajuda o livro de São Luís Grignion de Montfort, o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”. Nele encontrei resposta às minhas perplexidades: sim Maria nos aproxima de Cristo, nos conduz a Ele”.
Se lermos o Evangelho com atenção, veremos que o Espírito Santo – que inspirou os evangelistas – deixou constar apenas 6 frases proferidas por Nossa Senhora, sendo:
Três para o Anjo Gabriel na Anunciação;
Duas para Deus;
E apenas uma para os homens.
Esta frase para os homens, Ela a pronunciou nas bodas de Caná, dirigindo-se aos servidores da mesa na difícil situação em que o vinho faltara: certa de que Jesus a atenderia disse apenas aos servos: “Fazei tudo que Ele vos disser”.
Muitas frases da Escritura não se referem apenas ao fato concreto narrado naquele trecho, mas podem ser aplicadas às situações mais diversas, pelos séculos afora.
“Fazei tudo que Ele vos disser” é o conselho que Nossa Senhora quis deixar para todos homens, de todos os séculos. Assim, a única frase dirigida a nós não poderia nos incentivar mais a cumprir o que Jesus nos ensina nos Evangelhos. E, vejamos bem, Ela diz “fazei tudo”. Ou seja, seguir a Jesus pautando a nossa vida pelos ensinamentos d’Ele. Por todos ensinamentos.
Não podemos escolher seguir alguns ensinamentos do Divino Mestre e deixar de cumprir outros. Tanto mais que Jesus foi muito explícito: “Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mt 24, 35).
Poderia Nossa Senhora nos dar um conselho mais “cristocêntrico” que esse?