Caminhávamos por um lindo campo, destes que nosso Brasil é repleto: águas belíssimas ornavam a paisagem bordeada por montanhas e, em alguns pontos, uma vegetação encantadora.
Admirava tudo, acompanhado de um amigo fotógrafo. Comentávamos a paisagem, nos entretínhamos com as pedras, relacionávamos aquela beleza com a Fonte de toda beleza, Deus.
Conversávamos entretidos, até que… Meu amigo! O que houve com meu amigo?
Sim, algo aconteceu…
Um repentino silêncio chamou-me a atenção. Calou-se meu amigo, e estava a conversar sozinho…
Olhei para trás e vi, com espanto, o meu amigo a pouca distância. Estava ali, rente ao solo. Seus braços esticados, seus olhos vidrados colados à objetiva. Aproximei-me. Neste instante escutei um sonoro “click”! Sim, um “click”. Suas mãos manejavam habilmente uma boa máquina fotográfica.
Mas meu maior espanto foi ao verificar o objeto de tão grande interesse… Em meio àquele panorama exuberante, com um rio de águas cristalinas refletindo o azul paradisíaco de um céu fabuloso, meu amigo fotografava uma simples florzinha, menor que a falange do meu mindinho, em meio a um amontoado de pedras…
Não contive o espanto e logo exclamei:
–Mas com toda essa exuberância da natureza ao nosso redor você vai fotografar essa florzinha de nada!
À indagação meu bom amigo apenas respondeu:
–Sabe… nós fotógrafos vemos o mundo de uma forma diferente.
De fato… quando me mostrou o resultado de sua fotografia fiquei impressionado!
Aquela florzinha tomou uma perspectiva impressionante, realçada sua beleza com as pedras escuras ao fundo. Ele soube pôr em evidência o que o comum das pessoas não vê, e não faz ideia de que existe: o reflexo de Deus nas mínimas coisas.