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Erguidas há muitos séculos, elas nunca envelhecem, e continuam a exercer sua suave atração sobre todas as gerações. São uma amostra do alto grau de beleza que uma civilização pode alcançar quando é inspirada pela fé católica.
Quem as construiu? Grandes potentados? Reis?
A época em que foram construídas — a Idade Média — caracterizou-se pela influência da Igreja em todo o corpo social, pela docilidade dos medievais à graça e a consequente busca da beleza como reflexo de Deus.
Somente tendo em conta o fator religioso se pode compreender a construção das catedrais, cada uma das quais não foi obra de um governante, um bispo ou uma construtora.
Foi obra de todo o corpo social, com características nunca vistas depois. Sobre essa época assim se exprime o Papa Leão XIII:
“Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados. Então o Sacerdócio e o Império estavam ligados entre si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda a expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer” (1).
ESSES HOMENS CONSTRUÍAM PENSANDO EM DEUS
Sem dúvida, foi o clero a força propulsora dessas obras. Os
monges, sobretudo. A arte, a cultura, a arquitetura, a engenharia, a medicina, a agricultura e até… a culinária encontraram nos mosteiros medievais um grande impulso.
O medieval construía pensando em Deus, na eternidade, e por isso sua arte era de uma beleza sem igual. Os construtores não tinham em vista o prestígio nem o dinheiro que ganhariam com suas obras. Razão pela qual não se conhece quem as construiu, exceto raras exceções.
O que levou à construção dessas maravilhosas catedrais foi a convicção de que para Deus, para o culto divino, deve-se dar o que há de mais belo, mais esplendoroso. Não é de se admirar, pois, que cada detalhe da catedral fosse uma obra de arte.
Os bispos da época, como autênticos pastores do povo de Deus, souberam interpretar essa aspiração à beleza e à perfeição; era, pois, natural que quisessem embelezar e ampliar quanto possível a Casa do Senhor.
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BELEZA QUE ATÉ HOJE ATRAI MULTIDÕES
Por seus majestosos portais passam a cada ano multidões de visitantes que, ávidos de beleza, se encantam com essas maravilhas de pedra. Somente a catedral de Notre Dame, em Paris, recebe anualmente mais de cinco milhões de visitantes.
Mas não é só a famosa catedral parisiense: vê-se o mesmo em Sevilha (Espanha), Colônia (Alemanha), Chartres (França), Milão (Itália), Salisbry (Inglaterra). Isso para citar apenas uma de cada um desses países, nos quais há milhares de igrejas ou catedrais góticas.
TRABALHO VOLUNTÁRIO, MOVIDO PELA FÉ E PELO FERVOR
Todo o povo participava desses prodigiosos empreendimentos. Muitíssimos trabalhavam na obra com suas próprias mãos, outros ofereciam recursos financeiros, outros ainda davam o valioso contributo das orações.
Havia, é claro, a necessidade de mão de obra profissional. Mas em grande parte os serviços eram executados por trabalhadores voluntários, movidos pela fé e pelo fervor. Numa perfeita concórdia uniam esforços os nobres, os magistrados, os comerciantes, os artesãos e o povo simples da cidade e dos campos circunvizinhos.
AÇÃO FORMATIVA DAS CATEDRAIS
Aquelas benditas pedras e vitrais “falavam” no fundo da alma dos fiéis uma linguagem muda, recordando-lhes as verdades eternas, a apetência das coisas celestes e o desejo de agradar a Deus.
É para isso mesmo que elas foram construídas.
(1) LEÃO XIII, Encíclica “Immortale Dei”, de 1º-XI-1885, Bonne Presse, Paris, vol. II, p. 39.
(Condensação e adaptação do artigo “A catedral medieval, obra de todo o povo cristão”, do Pe. Juan Carlos Casté, EP, na revista “Arautos do Evangelho”, nº 52, abril de 2006, p. 38-41. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )
Ilustrações: Arautos do Evangelho, Juan Pablo Cadavid, wiki, wordpress