Paris, novembro de 1830, quase meia-noite. No convento das Filhas da Caridade reina o silêncio. As religiosas dormem profundamente depois de uma jornada de orações e atendimento aos desvalidos. Dorme também a Irmã Catarina Labouré.
— Irmã Catarina! Irmã Catarina! — Diz uma voz infantil, junto ao leito da Irmã Catarina Labouré.
Deixemos que ela mesma narre o que se passou:
“Abri a cortina e vi um menino de quatro a cinco anos, vestido de branco, que me disse:
—Vinde à Capela. A Santíssima Virgem vos espera.
Acompanhei o menino que irradiava luz, iluminando nosso caminho. Tocou com a ponta dos dedos a pesada porta da Capela e esta se abriu. A Capela estava toda iluminada como para a Missa de meia-noite no Natal.
Ajoelhei-me junto a cadeira vazia do diretor espiritual e ouvi um ruído como o frufru de um vestido de seda. Era a Santíssima Virgem; sentou-se. Dei um salto, ajoelhando-me com as mãos apoiadas sobre seus joelhos. Ali passou-se o momento mais doce de minha vida.
Disse-me a Virgem:
— Minha filha, Deus quer te encarregar de uma missão. (…) Os tempos atuais são muito ruins. Calamidades vão se abater, o mundo inteiro será agitado por todo tipo de males (a Santíssima Virgem tinha o ar muito entristecido ao dizer isso)”.
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A VIRGEM SANTÍSSIMA REVELA A MEDALHA
Pouco tempo depois, a 27 de novembro, Nossa Senhora aparece revelando a Medalha e as promessas de misericórdia.
Diz Santa Catarina:
“A Santíssima Virgem Maria, resplandecente, trajava um vestido branco-aurora. Seus pés pousavam sobre a metade de um globo; nas mãos, anéis emitem feixes de raios luz.
— Este globo representa o mundo, a luz dos anéis são o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que me pedem.
Formou-se em torno da Santíssima Virgem um quadro ovalado, no qual se liam estas palavras, escritas em letras de ouro: ‘Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorrermos a Vós’. De repente o quadro pareceu girar e vi o reverso da medalha: o monograma de Maria (o “M” encimado por uma cruz), os Corações de Jesus e de Maria. Nas bordas as doze estrelas”.
“Depois uma voz: ‘Faze cunhar uma medalha conforme este modelo; as pessoas que a portarem com piedade receberão grandes graças, sobretudo se a levarem no pescoço; as graças serão abundantes para aqueles que tiverem confiança’.
A Medalha foi cunhada e espalhou-se com rapidez pelo mundo inteiro. Em toda parte foi instrumento de misericórdia, arma terrível contra o demônio, remédio para muitos males, meio simples e prodigioso de conversão e de santificação.
MEIO SIMPLES DE ESTAR SOB A PROTEÇÃO DE MARIA
É tão simples usufruir dessas graças, caro leitor: em qualquer livraria católica você obtém a medalha e pede a um sacerdote que a abençoe e passe a usá-la ao pescoço, procurando levar uma vida agradável aos olhos de nossa querida Mãe, cumprindo os Mandamentos, pedindo o aumento do amor a Deus e a Ela, amando o próximo por amor de Deus.
A Virgem Santíssima lhe protegerá, guiará e obterá as bênçãos de seu Divino Filho.
(Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, “A Medalha Milagrosa – História e celestiais promessas”. ACNSF, São Paulo, 3ª Edição, 2001.)
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