É até comovente vermos a galinha reunir sob suas asas todos seus pintinhos, seja porque faz frio, ou os raios estão a assustá-los, ou ainda outras diversas circunstâncias. Essa imagem veio-me à mente folheando um álbum sobre viagens dos Papas aos mais diversos pontos da Terra.
“Comparar a Igreja a uma galinha! Como lhe ocorre isso?!” Dirá alguém. Entretanto, numa conversa com o Mons. João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho, ao fazer semelhante analogia, dizia ele:
— Nosso Senhor Jesus Cristo não hesitou em comparar-se com uma galinha, ao chorar sobre Jerusalém. (Mt 23, 37; Lc 13, 34)
Analisemos ao longo da História e dos continentes, como a Igreja Católica empenhou-se em reunir os povos e as culturas.
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Na Antiguidade, dentre todos os povos Deus escolheu um com o qual fez aliança, conforme prometeu a Abrão: “Farei de ti uma grande nação e te abençoarei: engrandecerei o teu nome, de modo que ele se torne uma bênção” (Gn 12, 2).
E em nossa era, Cristo, nosso Salvador atrai para Si todas as nações, formando um novo povo eleito — a Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana. Desta todos os homens são chamados a fazer parte, pois a vocação para a vida cristã, pelo Evangelho, é universal, sem exceção alguma.
Com efeito, na Santa Igreja se encontram, fraternal e harmonicamente, povos das mais variadas etnias, cada qual contribuindo com seus bons pendores, sua cultura e suas características próprias, tudo purificado e aperfeiçoado pelas águas do Batismo. De modo materno ela aceita, acrisola e harmoniza temperamentos, leis e costumes.
Assim, nos primeiros tempos, associou ela à cultura cristã contribuições judaicas, gregas, romanas, celtas e sírias. Séculos mais tarde, fez o mesmo com os aportes trazidos pelos bárbaros germânicos e eslavos. E com idêntica bondade acolhe hoje o que lhe vem dos ameríndios, africanos e asiáticos.
Por se basear em uma união de corações, fruto de um mesmo amor a Deus, é a Igreja a instituição mais própria para congregar pessoas de todas as origens e culturas numa autêntica unidade fraterna. Em seu seio todos se sentem em casa como filhos, “pois não há distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com todos aqueles que O invocam” (Rm 10, 12).
Nessa grande família de almas, quão belo é recordar que, num mesmo instante, ao redor do mundo, haverá freiras ajudando vítimas de alguma catástrofe, um Bispo africano celebrando Missa numa catedral repleta de jovens, um frade dando aulas em alguma faculdade polonesa cercada de neve ou uma missionária ensinando o Catecismo numa aldeia da Índia. A freira nada compreenderá do polonês, e menos ainda o frade entenderá algo falado em bengali ou híndi. Todavia, poderá haver alhures maior união de ideais que a dessas pessoas, empenhadas no esforço comum pela evangelização de todos os homens?
Nessa divina Instituição fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, podem os homens encontrar a paz, o progresso e a prosperidade que tanto almejam, pois “o Senhor dos exércitos preparou para todos os povos, nesse monte, um banquete de manjares frescos, de bons vinhos, de carnes gordas e medulosas, de vinhos velhos purificados” (Is 25, 6).
(Adaptado da revista “Arautos do Evangelho”, nº 98, fevereiro de 2010, p. 5. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )
Ilustrações: Arautos do Evangelho, freepick, aispress
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