“O mundo parecia estar esperando pelo Stille Nacht” comentou certa vez Dr. Plinio Corrêa de Oliveira. E realmente, para os que têm alguma sensibilidade nos dias caóticos em que vivemos, basta ouvir as primeiras notas da música e, por assim dizer a bênção da noite de Natal se faz presente.
Como surgiu a música? Quem a compôs?
Nasceu do coração de dois homens. Um deles foi o padre Joseph Mohr, a quem podemos imaginar no pequeno povoado austríaco de Obendorf, no ano de 1818, preparando seu sermão para a Missa do Galo. Eis que, enquanto ele se encontrava imerso na leitura das Sagradas Escrituras, deitando toda sua atenção sobre elas, tocou à sua porta uma camponesa pedindo-lhe ir abençoar o bebê recém-nascido de um lenhador.
O sacerdote agasalhou-se — era pleno inverno, a neve tudo cobria — e acompanhou a boa mulher. Pelo caminho, permanecia absorto, pensando na homilia que haveria de pregar, mas ao chegar à humilde cabana, o cenário com que se deparou marcou-o profundamente. Banhado por débil luz e aquecido por fraca lareira, um leito simples acolhia a jovem mãe com o recém-nascido doce e serenamente adormecido em seus braços, aguardando ser abençoado.
Quanta paz! Quanta inocência! Quanta presença do sobrenatural havia naquela singela cena tão evocativa do dia em que se estava: Natal.
Na volta, um poema fluiu com extrema facilidade de sua pena descrevendo os sentimentos que embalaram sua alma na pobre choupana. Estava escrito o Stille Nacht!
Na manhã seguinte, o padre Mohr se dirigiu à casa de seu grande amigo, Franz Gruber, professor de música e organista, e mostrou- lhe as linhas que havia escrito. Gruber se encantou com a poesia e, inspirado por sua natalina beleza, logo compôs uma melodia para ela.
A música encantou o mundo! Hoje ela é cantada em cerca de 50 línguas diferentes. E cada uma delas traz a mesma atmosfera do Natal.