PEDRAS PRECIOSAS… NO CÉU

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Quantas vezes, afastados do corre-corre diário, numa noite com o céu límpido e longe das luzes da cidade, não nos encantamos contemplando o firmamento celeste repleto de estrelas que cintilam misteriosamente? E quantas vezes não tivemos vontade de apalpá-las, saber do que são feitas, por que reluzem de maneira tão atraente?

A ciência define as estrelas como corpos celestes produtores e emissores de energia, com luz própria. A física nos elucida que são compostas de plasma e que, por causa de sua pressão interna, produzem energia por fusão nuclear.

Aceitamos a explicação, mas ela não nos contenta. Será que aqueles pontinhos tão fascinantes, que parecem criados para os nossos olhos contemplá-los e nossos dedos tocá-los, se reduzem a uma confusa massa de gás incandescente?

Desde tempos imemoriais, os astrônomos estudaram as estrelas, as agruparam em constelações e lhes deram nome; por elas se guiavam viageiros, navegantes e povos em suas locomoções. O homem sempre as contemplou, analisou e sonhou com elas… Mas nunca conseguiu transpor as distâncias incomensuráveis que delas nos separam.

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Contudo, podemos dizer que Deus não criou estrelas apenas na abóbada celeste, mas também na Terra. Deu-lhes formas, tamanhos, cores e brilhosos mais variados, e não as pôs a distâncias incalculáveis, mas, pelo contrário, ao alcance da mão, onde podem ser admiradas bem de perto. Falamos das pedras preciosas…

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Ao longo da História, os povos utilizaram diamantes, safiras ou ametistas para prestar homenagem aos seus soberanos. Ao incrustá-las em um cetro, ou em uma coroa, visavam simbolizara autoridade do governante e manifestar sua riqueza e poder.

E a Igreja Católica, procurando circundar o Rei dos reis com toda a glória que lhe é devida, “coroou-O” com aquilo que na Terra há de mais belo e digno. Por isso vemos as pedras preciosas bem próximas a Nosso Senhor Sacramentado nos cálices e ostensórios, ou incrustadas em crucifixos e relicários, postas em destaque nos altares e imagens e em outros lugares de honra.

Trata-se da criatura louvando o Criador, do efeito que retorna à Causa. Uma vez que recebemos de Deus tantos benefícios devemos usá-los para adornar Seu culto com aquilo que de melhor Ele nos deu.

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As pedras preciosas têm, ainda, graças à sua beleza e distinção, a possibilidade de simbolizar a maior e mais bela joia de Deus, Maria Santíssima, chamada no Ave Mundi de gemma cæli luminarium — joia entre as estrelas que refulgem no Céu. E, de fato, o luminoso azul da safira ou o aveludado nácar da pérola não nos ajudam a compreender quem foi a um tempo Mãe e Virgem, criatura e Mãe do Criador, capaz de conter em si Aquele que o universo foi incapaz de conter?

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Pensando bem em todo este elevado simbolismo, quase seríamos levados a dizer que não são as pedras preciosas estrelas da Terra, mas, sim, são as estrelas as pedras preciosas do céu…

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(Originalmente publicado pela revista “Arautos do Evangelho”, nº 89, maio 2009. p. 50-51.Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )
Ilustrações:Arautos do Evangelho, Guilhermo Assurmendi, Gustavo Krajl, pinterest, pixabay

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