O grande número de visitas e comentários ao primeiro post sobre a confiança [“Animar, esse dever urgente”, de 26 de setembro pp – Clique aqui para acessar o post], confirmaram a convicção que nos levou a começar esta série: para a maioria das pessoas hoje, uma grande necessidade é ter em que ou em quem confiar.
Prossigamos, portanto, nesse consolador empenho de termos sempre e cada vez mais confiança.
Ao ler alguns belos textos de Santa Teresinha do Menino Jesus — cuja memória a Igreja comemorou a poucos dias — encontramos o seguinte:
“Poder-se-ia acreditar que é porque não cometi pecados que tenho uma tão grande confiança em Deus.
Ainda que eu tivesse cometido todos os crimes que se possam cometer, teria sempre a mesma confiança; sinto que toda essa multidão de ofensas seria como uma gota d’água lançada num braseiro ardente que é o Sagrado Coração de Jesus”.⁽¹⁾
O que levou Santa Teresinha a afirmar isso?
Muitas pessoas sentem vivamente as próprias limitações ou lamentam seus insucessos e até mesmo faltas. Por isso temem aproximar-se de Deus, infinitamente Santo e Puro. Parece-lhes que um Deus com tanta santidade e pureza sentiria repulsa ao ver aproximarmo-nos d’Ele.
Como nos enganamos ao tomar essa atitude! Ouçamos dos próprio lábios de Jesus como Ele nos acolhe:
“Ah! Se as almas soubessem como as espero cheio de misericórdia! Sou o amor dos amores! E não posso descansar senão perdoando!
Estou sempre esperando com amor que as almas venham a Mim! Venham!… Atirem-se nos meus Braços! Não tenham medo! Conheço o fundo das almas, suas paixões, sua atração pelo mundo e pelos prazeres. (…)
Não é o pecado que mais fere o meu Coração… O que o despedaça é não querem refugiar-se em Mim depois de o terem cometido. (…)
Desejo que as almas creiam na minha misericórdia, esperem tudo da minha bondade e não duvidem nunca do meu perdão.
Sou Deus, mas Deus de amor! Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade.(…)
Amo as almas depois que cometeram o primeiro pecado, se vêm pedir humildemente perdão. Amo-as ainda, quando choram o segundo pecado e, se isso se repetir, não digo um bilhão de vezes, mas milhões de bilhões. Amo-as e perdôo-lhes sempre, e lavo no mesmo sangue o último como o primeiro pecado!
Não me canso das almas, e o meu Coração sempre espera que venham refugiar-se n’Ele, por mais miseráveis que sejam”. ⁽²⁾
Em nosso dia a dia — hoje, por exemplo — quando as coisas parecerem como um dia carregado de nuvens a tapar o sol, lembremo-nos de outra frase de Santa Teresinha:
“Por trás das nuvens o sol está sempre a brilhar”.
É o sol da misericórdia de Deus, cuja expressão magnífica é o Coração de Jesus.
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⁽¹⁾ Santa Teresinha do Menino Jesus, Obras Completas, Ed. Paulus, São Paulo, 2012
⁽²⁾ Mons. João Scognamiglio Clá Dias, “Tesouro de bondade e de amor”, ACNSF, São Paulo, 2002.#
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