SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA

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Por volta do ano de 1193 em Lisboa, Portugal, nasceu Fernando Bulhões que se tornaria depois Santo Antônio de Pádua, ou de Lisboa, como costumam chamá-lo os portugueses. Aos quinze anos, tendo ouvido com nitidez o chamado de Deus para a vida religiosa, entrou na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, no Mosteiro de São Vicente de Fora.

Irmã Maria Teresa Ribeiro Matos, EP

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Dois anos e meio depois, mudou-se para o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde adquiriu um singular conhecimento das Sagradas Escrituras, base das suas futuras pregações. Foi também nessa cidade ordenado sacerdote.

Com grande pompa chegaram a Coimbra, em meados de 1220, os restos mortais de cinco franciscanos martirizados no Marrocos. O fato soou para o Cônego Fernando como uma aprovação do Céu ao seu desejo de unir-se aos filhos de São Francisco no Convento de Santo Antônio de Olivares. Obtida a licença dos superiores, recebeu o hábito dos Frades Menores algum tempo depois, tomando o nome de Frei Antônio.

 

RENÚNCIA À PRÓPRIA VONTADE

Depois de cinco meses de noviciado foi enviado ao Marrocos, onde não pôde realizar seus anseios de martírio. Acometido de fortes febres e incapaz de qualquer atividade, foi mandado de volta à Europa. Na viagem de retorno, o navio foi arrastado por uma tempestade para as costas da Sicília.

Após passar alguns meses no convento de Messina, Frei Antônio dirigiu-se a Assis, onde se realizaria um Capítulo Geral da Ordem, nas vésperas de Pentecostes de 1221, presidido pelo próprio São Francisco.

Encerrada a Assembleia, sendo ainda desconhecido no meio daquela multidão de frades, pediu ao Provincial de Romandiola que o acolhesse como subalterno, e passou a viver no Eremitério de São Paulo, exercendo a função de ajudante de cozinha.

 

DA COZINHA PARA O PÚLPITO

Santo Antônio pregando

Santo Antônio pregando

Certo dia foi escolhido, de improviso, pelo superior para fazer o sermão de uma missa. Diante da surpresa geral, as palavras daquele irmão, em latim e fundadas nas Escrituras, foram adquirindo cada vez maior brilho, fogo e clareza. Assim se iniciou a vida pública de Santo Antônio de Pádua.

Pregador destemido Dotado de devoção, eloquência e rara memória — conhecia de cor as Escrituras —, Frei Antônio atraía multidões às suas pregações. Destemido, não tinha receio de reprovar os erros de seus ouvintes, ainda que se tratasse de autoridades civis ou eclesiásticas. Em 1224, o santo religioso foi enviado a pregar no sul da França, onde se alastrava a heresia cátara ou albigense, para ali levar a luz da verdadeira Fé.

EM PÁDUA

Em 1227, Frei Antônio foi convocado para um novo Capítulo Geral dos Franciscanos, sendo eleito Superior Provincial da Emilia-Romagna, região na qual o santo passaria os quatro últimos anos de sua vida.

A cidade de Pádua, sede do Provincialato, recebeu em abundância o calor de suas palavras e as manifestações de sua bondade para com todos. Não havia igreja capaz de comportar as multidões — às vezes 20 mil fiéis — que acorriam para ouvi-lo.

O próprio Papa Gregório IX, após ouvir uma de suas pregações de Quaresma, chamou-o de “Arca do Testamento” e de “Escrínio das Sagradas Escrituras”.

MORRE AOS 36 ANOS

Língua incorrupta de Santo Antônio

Língua incorrupta de Santo Antônio

Os labores apostólicos debilitaram a saúde de Frei Antônio. Acometido por uma hidropisia, retirou-se para um período de repouso na pequena comunidade de Camposampiero. Sentindo-se mal, pediu para ser conduzido de volta a Pádua. No percurso, porém, seu estado se agravou e viram-se obrigados a deter-se no mosteiro de clarissas de Arcella.

Após confessar-se e receber os Santos Óleos, entrou em agonia. Em certo momento, seus olhos se fixaram no Céu e ele exclamou: “Vi o Senhor”. Era o dia 13 de junho de 1231 e Frei Antônio contava apenas 36 anos de idade.

Menos de um ano após seu falecimento, no dia 30 de maio do ano seguinte, era canonizado pelo Papa Gregório IX. Em 1263, ao serem transladadas suas relíquias para a Basílica construída em sua honra em Pádua, São Boaventura, então Geral da Ordem, encontrou intacta a língua do santo. O tempo não corrompeu aquele vitorioso instrumento de pregação que salvou tantas almas!

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