São José aos olhos da fé e da Igreja

O renomado escritor francês Henri Frossard começa um artigo seu sobre Moisés na revista “História” com a seguinte frase: “Moisés, talvez o maior homem que tenha existido, pois Jesus Cristo era Deus”.

Ele tinha razão em colocar o “talvez”, pois, um homem, para ser esposo da Santíssima Virgem tinha que estar proporcionado à altíssima santidade d’Ela. Por isso, este post bem poderia começar assim: “José, o maior homem que tenha existido, pois Jesus Cristo era Deus”. E certamente não é necessário pôr o “talvez”.

Devemos evitar a todo custo cair na visão mesquinha — para não chamar de cegueira… — dos habitantes de Nazaré ao qualificarem Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Filho de Deus feito homem, de “o filho do carpinteiro” (Mt 13, 55). Ou seja, para os habitantes de Nazaré, São José era apenas “o carpinteiro”. Aos olhos de quem tem fé, São José é muito mais que isso.

Esponsais de Nossa Senhora e São José

E não poderia ser de outro modo. Deus não escolheria como pai legal de seu Filho feito homem, a alguém que não tivesse à altura dessa vocação. Não escolheria para esposo da Mãe de Deus, a Rainha dos anjos e dos homens, alguém que não tivesse proporção com Ela.

O anjo que apareceu a São José em sonho trata-o de modo bem diverso dos habitantes de Nazaré: “José, filho de Davi”, lembrando-lhe que era de linhagem real, descendente do rei Davi. Mais ainda, revela ser Maria a Mãe do Messias: “o que n’Ela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo”(Mt 1, 20-21).

O Evangelho louva a José com uma curta expressão: “era justo” (Mt 1, 19). Na linguagem do Antigo testamento “justo” equivale ao termo “santo” aplicado pela Igreja aos que praticaram as virtudes em grau heroico. Ser justo é ser santo.

Sagrada Família

Por esta razão o Papa Leão XIII, em sua Encíclica sobre São José diz: “a dignidade de Mãe de Deus chega tão alto que nada pode existir de mais sublime. Mas, uma vez que entre a Santíssima Virgem e José estreitou-se um laço conjugal, não há dúvida de que ele, mais do que qualquer outro, se aproximou daquela altíssima dignidade pela qual a Mãe de Deus supera de muito todas as criaturas” (*).

.

(*) LEÃO XIII, Encíclica Quamquam pluries, 18 agosto de 1889, n. 3.

One thought on “São José aos olhos da fé e da Igreja

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *