Certos fatos pequenos da vida quotidiana podem conter realidades ou mesmo ensinamentos bem elevados. Basta ver como Nosso Senhor os utilizava nas suas parábolas, em geral para responder ou explicar temas altíssimos e lições que marcaram os séculos.
Perguntado, por exemplo, sobre o Reino dos céus, Jesus não expunha doutrinas complexas, mas exemplificava com uma moeda perdida, uma pérola, etc.
Foi de um pequeno fato que nasceu esse artigo.
Pouco tempo atrás ouvi de uma pessoa, conversando com um seu amigo, dizer o seguinte:
— Confiança mesmo é quando você joga um bebê para cima e ele ri a mais não poder porque sabe que quem o jogou vai recebê-lo nos braços.
Pareceu-me muito bem expresso, pois um bebê nem se põe o problema de que não o vão amparar na queda. Façamos assim também nós em relação à nossa confiança em Deus, especialmente quando pedimos por intercessão de Nossa Senhora.
Lembrei-me então de um trecho do magnífico “Livro da Confiança”:
“A alma confiante guarda na memória as promessas do Pai celeste; medita-as profundamente. Sabe que Deus não pode faltar à palavra, e daí a sua imperturbável certeza. Se o perigo a ameaça, a envolve, a domina mesmo, ela conserva sempre a serenidade. Apesar da iminência do risco, repete a palavra do Salmista: ‘O Senhor é a minha luz e a minha salvação… que posso recear? O Senhor protege a minha vida… quem me fará temer? (Sl 26, 1) (…)
Imaginai as extremidades mais angustiosas de ordem temporal, as dificuldades insuperáveis, em aparência, de ordem espiritual: nada disso alterará a paz da alma confiante… Catástrofes imprevistas poderão amontoar em torno dela as ruínas da sua felicidade; essa alma (…) continuará calma.
Voltar-se-á simplesmente para Nosso Senhor; n’Ele se apoiará com certeza tanto maior quanto mais privada se sente de auxílio humano. Rezará com ardor mais vibrante, e, nas trevas da provação, prosseguirá seu caminho, esperando em silêncio a hora de Deus”.