Justiça e misericórdia

Uma humanidade perseverante na sua impiedade tudo tem a esperar dos rigores de Deus. Mas Deus, que é infinitamente misericordioso, não quer a morte desta humanidade pecadora, mas sim “que ela se converta e viva”. E, por isto, sua graça procura insistentemente todos os homens, para que abandonem seus péssimos caminhos e voltem para o aprisco do Bom Pastor.

 

Se não há catástrofes que não deva temer uma humanidade impenitente, não há misericórdias que não possa esperar uma humanidade arrependida. E para tanto não é necessário que o arrependimento tenha consumado sua obra restauradora. Basta que o pecador, ainda que no fundo do abismo, se volte para Deus com um simples início de arrependimento eficaz, sério e profundo, que ele encontrará imediatamente o socorro de Deus, que nunca se esqueceu dele.

Di-lo o Espírito Santo na Sagrada Escritura: ainda que teu pai e tua mãe te abandonassem, eu não me esqueceria de ti. Até nos casos extremos em que o paroxismo do mal chega a esgotara própria indulgência materna, Deus não se cansa. Porque a misericórdia de Deus beneficia o pecador até mesmo quando a Justiça divina o fere de mil desgraças no caminho da iniquidade.

Estas duas imagens essenciais da justiça e da misericórdia divina devem ser constantemente postas diante dos olhos do homem contemporâneo. Da justiça, para que ele não suponha temerariamente salvar–se sem méritos. Da misericórdia, para que não desespere de sua salvação desde que deseje emendar-se.

E, se as hecatombes de nossos dias já falam tão claramente da justiça de Deus, que melhor visão para completar este quadro, do que o sol da misericórdia, que é o Sagrado Coração de Jesus?

Plinio Corrêa de Oliveira. Nossa Senhora do Sagrado Coração. In: Legionário. São Paulo. Ano XIV, nº 410, de 21 de julho de 1940, p.2. Revista Arautos do Evangelho, nº 198, junho 2018, p. 52. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )
Ilustrações: Arautos do Evangelho, www.udc.es.

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