Por que a gota d’água no cálice da Missa

A Igreja é uma obra-prima de Deus: Ele a adornou com maravilhas até nos detalhes. Quando, por assim dizer, a nossa mão tocar em algo da Igreja, osculemos aquilo, pois certamente é mais uma maravilha”.

Assim, numa conversa, se expressava o Mons. João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho. (1)


São estas enormes minúcias” (2) que também devemos amar na Santa Igreja. Por exemplo, um detalhe da Liturgia da Missa.

No Ofertório, no momento em que o sacerdote prepara a hóstia e o vinho a serem consagrados, há um pormenor do qual muitas pessoas não conhecem o significado: após colocar o vinho no cálice, o sacerdote acrescenta algumas gotas de água.

A razão pela qual essa água é acrescentada tem uma profunda e consoladora razão. Vejamos qual.

         Sacerdote põe a gota d’água no cálice

A água, de si, não é passível de ser transubstanciada no Sangue de Cristo, ao qual estão indissociavelmente unidos o Corpo, a Alma e a Divindade. Mas as gotas d’água acrescentadas ao vinho passam a fazer parte do mesmo. Desse modo a água passa a fazer parte do vinho e é transubstanciada no Sangue de Cristo.

Além de outras razões, há uma especialmente formativa para nós.

Na Missa, o que vai ser oferecido ao Pai é o sacrifício infinito de Jesus. A hóstia e o vinho consagrados, são o próprio Jesus que se apresenta como vítima para redimir o gênero humano.

A gota d’água acrescentada, representa a parte de sacrifícios que Deus pede de nós. De si, os nossos sacrifícios são muito pouco, por maiores que sejam, mas unidos ao sacrifício de Cristo, tomam o valor infinito desse sacrifício. Assim, ao passarmos por algum sacrifício, lembremos de uni-lo ao sacrifício infinito de Jesus.

E, na Missa, ao vermos o sacerdote acrescentar a gota d’água lembremos do que representa. Desse modo, a Missa vai ganhando significado para nós e veremos como debaixo de pequenos detalhes escondem-se imensas maravilhas, “enormes minúcias”.

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(1) Tirado de anotações do autor destas linhas, feitas após a conversa.

(2) Pitoresca expressão usada pelo escritor inglês Gilbert Chesterton (Obras Completas, disponível na web).

Ilustrações: Arautos do Evangelho, Sérgio Miyasaki

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